Empresários de Manaus iniciam onda de demissões em protesto contra comércio fechado

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Foto: reprodução google.

Após mais de 10 meses sob medidas sanitárias para prevenir a disseminação do novo coronavírus, o setor de alimentação fora do lar decide iniciar uma onda de demissões em Manaus. Hoje (8), a Associação do Bares e Restaurantes do Amazonas (Abrasel-AM) reuniu dezenas de empresários no Sindicato Laboral, em um ato público, para homologar a dispensa de centenas funcionários.

“Estamos aqui no sindicato para trazer os avisos prévios, fazer uma negociação das rescisões. Estamos vendo agora que esse é o único caminho, a única solução”, lamentou o presidente da Abrasel Fábio Cunha.

Um levantamento realizado pela a associação estimou que mais de 30% das empresas da alimentação fora do lar já fecharam suas portas definitivamente e pelo menos 10 mil vagas de emprego foram encerradas até janeiro. Fábio relatou que desde março do ano passado, o setor foi o mais impactado pela pandemia. O mês de dezembro, segundo ele, trazia esperança para a recuperação dos prejuízos, mas devido a nova alta de casos da Covid-19, os restaurantes e bares fecharam novamente as portas, reduzindo o faturamento e prejudicando as contas dos empresários no início do ano. Por conta disso, as demissões são a única saída para evitar falência total.

“Janeiro foi o pior mês da pandemia, porque os empréstimos venceram junto com as dívidas e mesmo assim nós conseguimos salvar os empregos, dando férias coletivas. Só que agora, em fevereiro, nós não temos ainda nenhuma data de retorno. Nós não temos como nos planejar”, enfatizou Cunha.

“A única solução para todos são as demissões. Infelizmente, nós conhecemos cada choro por trás dos colaboradores, cada choro também por trás dos empresários que estão fechando suas empresas, mas sem ter nenhum auxílio do Governo Federal, nem municipal, nem estadual, a gente não vê uma outra solução”.

O presidente destacou ainda que apesar da crise os empresários permaneceram colaborando e realizando doações para mitigar os problemas sociais causados pela pandemia. Porém, Fábio diz que o maior problema será o desemprego e sem o apoio das três esferas de Governo, o colapso econômico será maior.

“Nós esperamos uma resposta do Governo Federal com a suspensão dos contratos, a continuação dessa suspensão dos contratos de trabalho, já que seria a única saída pra socorrer também o nosso setor. Entregamos uma carta também planejando as fases para o retorno da do setor, do comércio e da alimentação fora do lar”, contou.

Na última quinta-feira (04) os membros da Abrasel-AM estiveram reunidos com o Governador Wilson Lima (PSC) afim de propor sugestões para flexibilização das medidas sanitárias que atualmente permitem o funcionamento dos restaurantes apenas no formato de delivery.

No documento entregue ao governo, a entidade requereu: uma data segura para retorno das atividades; a adequação das limitações dos protocolos para reduzir danos às empresas; os dias de operação incluindo final de semana; o horário com limitação mais branda; a capacidade de público baseada no distanciamento das mesas; um plano de vacinação mais abrangente diferenciado dos outros estados; dentre outras ações.

O outro lado

Em resposta à reportagem, o Governo do Estado reforçou a necessidade de manter as medidas de restrição aos setores do comércio não essencial, pois apesar da estabilização os números da Fundação de Vigilância em Saúde (FVS) ainda são uma preocupação e ressaltou o diálogo mantido com os setores da economia para “discutir alternativas que minimizem perdas”.

O Estado lembrou que no início do mês de janeiro foi criado um pacote de medidas tributárias e fiscais para auxiliar as empresas com a redução 1,5% do ICMS, prorrogação de prazos para quitação de alíquotas estaduais, suspensão de multas e parcelamento de dívidas. Além das linhas de crédito liberadas, por meio da Agência de Fomento do Estado do Amazonas (Afeam).

“O crédito é destinado a autônomos, profissionais liberais, produtores rurais, microempreendedores individuais (MEI), micro e pequenas empresas e pode ser solicitado até 30 de junho. Os financiamentos vão até R$ 100 mil e podem ser solicitados no site da Afeam“, disse o Governo em nota.

Por sua vez, a Prefeitura de Manaus indicou que por meio do programa Auxílio Manauara, injetará, “todos os meses na economia da cidade, R$ 8 milhões que serão repassados a 40 mil famílias”, explicou.

A expectativa é que com esse recurso extra os consumidores possam fazer a economia girar e ajude a impulsionar os setores de comércio e serviços.

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Fonte: A crítica.

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