Recurso do SUS para combate à pandemia bancou gastos militares

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Foto divulgação internet

O dinheiro extra que o governo destinou para o Sistema Único de Saúde combater a pandemia do coronavírus vem sendo usado para atender gastos de rotina, como os militares, que se multiplicaram por 13 de 2020 para 2021. A informação foi divulgada pela colunista Malu Gaspar, do jornal O Globo.

Os dados constam de um relatório encaminhado à Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Covid no Senado pela procuradora do Ministério Público de Contas de São Paulo Élida Graziane Pinto, que também é professora da Fundação Getúlio Vargas.

O levantamento foi encomendado pelos senadores, depois que a procuradora publicou um artigo, no mês passado, sugerindo à CPI investigar o que ela chama de caos nos gastos públicos em saúde durante a pandemia.

“A gestão sanitária da calamidade decorrente da pandemia infelizmente não foi orientada para salvar o maior número de vidas possível. A dinâmica da execução orçamentária foi muito suscetível a capturas e desvios”, afirma Élida.

Desde 2020, o governo destinou R$ 730 bilhões para gastos extraordinários no combate à pandemia. Esse dinheiro foi usado em vários tipos de despesas, do auxílio emergencial à compra de equipamentos e vacinas.

Uma parte dessa verba extra, o correspondente a R$ 72 bilhões, deveria ir só para o SUS. Mas R$ 140 milhões foram parar no Ministério da Defesa, sem qualquer justificativa. E R$ 80 milhões dos recursos do SUS foram para a Secretaria de Aviação Civil.

Quase toda a verba que foi para a Defesa – R$ 130 milhões – foi empenhado neste ano para custear 184 unidades militares que nada têm a ver com hospitais. Mesmo a rede de saúde das Forças Armadas não integra o sistema único, nem aceitou receber pacientes civis com a covid-19.

Os dados mostram que os recursos foram repassados prioritariamente para as comissões aeronáuticas brasileiras em Washington (R$ 55 milhões) e na Europa (R$ 7,8 milhões), para a Comissão do Exército Brasileiro em Washington (R$ 3,113 milhões) e para o Arsenal de Marinha do Rio de Janeiro (R$ 1,067 milhão).

O Ministério da Defesa também levou uma parte do dinheiro que não era destinado ao SUS, mas também deveria servir para o combate à pandemia, o chamado Orçamento de Guerra, e usou para despesas de rotina, sem relação direta com a Covid-19 – como a compra de veículos de tração mecânica (R$ 22 milhões) ou uniformes (R$ 1,2 milhão).

(Fonte: Yahoo Notícias)

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