A manhã desta quarta feira (28/02), foi de protestos em dois pontos diferentes de Manaus. Por volta das 8h da manhã, motoristas e cobradores do sistema de trasporte coletivo da cidade paralisaram as atividades em no Terminal de Integração 1 (T1), no Centro. A categoria cobra o reajuste de 10% dos salários, que segundo eles, está atrasado há mais de um ano. Durante o protesto passageiros foram obrigados a descer dos ônibus e seguir a pé.
“É um absurdo o que essa categoria faz em Manaus. Eles mandam e desmandam e ninguém faz nada” , afirmou Maria Eduarda Campelo, 23, que estava no ônibus da linha 121 e teve que descer a pé do T1 ao Centro.
Os motoristas e cobradores não quiseram ser identificados cobram mais agilidade no pagamento dos reajuste acordado entre o prefeito de Manaus e a categoria. O não deposito dos valores correspondentes ao Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS) também ocasionou a paralisação. “Queremos que os empresários cumpram o acordado, O prefeito prometeu pagamento para evitar paralisação, agora, ele sumiu”, disse um dos motoristas.
“O prefeito de Manaus não resolve nosso problema, só quer saber de viajar para tentar ser presidente. Prefeito, venha primeiro limpar o quintal da sua casa” , disse um dos trabalhadores.
Motoristas do Executivo na frente da Prefeitura
Na Avenida Brasil, zona Oeste de Maanus, foram os motoristas do transporte executivo que fizeram manifestação. Eles cobram legalização da categoria através de uma licitação que, segundo os trabalhadores, foi prometida pela pelo prefeito da cidade. “A SMTU prometeu legalizar a categoria. Fizemos várias reuniões e até agora nada”, disse Eduardo Santos, 42, motorista do sistema Executivo.
Durante o protesto pneus foram queimados em frente ao prédio do governo municipal. O trânsito foi desviado para ruas alternativas por agentes do Manaustrans.
O que dizem os citados
O Sindicato das Empresas de Transporte de Passageiros do Estado do Amazonas (Sinetram), informou que não foi comunicado oficialmente sobre a paralisação.
O Sindicato dos Trabalhadores Rodoviários de Manaus confirmou os motivos da paralisação e diz que dará mais detalhes sobre o assunto nas próximas horas.
A Prefeitura de Manaus informou que desconhecia os motivos da paralisação do sistema e condenou a ação realizada pelos rodoviários. O Secom também informou que o prefeito Arthur Virgílio Neto deve apresentar uma nova proposta para o transporte público em breve.
Veja nota na íntegra:
A Prefeitura de Manaus, por meio da Superintendência Municipal de Transportes Urbanos (SMTU), informa que não foi comunicada previamente sobre a paralisação dos rodoviários, ocorrida nesta quarta-feira, 28/2, no Terminal de Integração da Constantino Nery – T1. A Prefeitura de Manaus condena a paralisação dos trabalhadores na capital, por prejudicar os usuários do sistema de transporte coletivo.
O prefeito Arthur Virgílio Neto tomou conhecimento do fato e lamentou que a categoria não busque o diálogo para resolver suas questões trabalhistas e apela para o bom senso dos trabalhadores, porque a população não pode ser penalizada.
“O Tribunal trabalhista adia uma audiência que discutira a questão salarial dos rodoviários, por isso essa baderna na cidade? Isso é uma irresponsabilidade e eles (trabalhadores) não têm esse direito. A decisão da Corte precisa ser respeitada e é preciso pensarmos em todas as responsabilizações criminais e cíveis, com muito rigor, para evitar que esse clima de desordem tome conta da cidade”, afirmou o prefeito.
A Procuradoria Geral do Município (PGM) irá avaliar o dano coletivo que a paralisação causou aos munícipes e deverá entrar com medida indenizatória em desfavor do Sindicato dos Trabalhadores do Transporte Rodoviário de Manaus (STTR).
Quanto à questão tarifária e de novos ônibus, vale destacar que o valor da tarifa ocorreu por conta da falta de subsídio por parte do Governo do Estado, impossibilitando que a a prefeitura arcasse sozinha com o auxílio que mantinha a tarifa congelada. A entrega de novos ônibus foi o acordo firmado entre a prefeitura e as empresas operadoras do transporte coletivo da capital , que foi cumprido por parte dos empresários. Situação exposta e lamentada pelo próprio prefeito Arthur Virgílio Neto e razão pela qual ele mesmo convidou as empresas a se retirarem do sistema, já que alegam não fazer as melhorias em razão da baixa lucratividade.