Ainda não será desta vez que a Seleção Brasileira feminina conquistará o tão o sonhado título mundial. Apesar de terem feito uma partida de igual para igual, o Brasil foi derrotado pela França na prorrogação e acabou eliminado da Copa do Mundo feminina. Contrariando todas as expectativas, o jogo foi extremamente equilibrado do início ao fim, e as brasileiras caíram de pé. Com o resultado, as francesas avançam às quartas e enfrentarão Estados Unidos ou Espanha.
No tempo normal, as anfitriãs abriram o placar com Gauvin. O empate saiu dos pés de Thaísa. Na prorrogação, o Brasil teve uma chance de ouro nos pés de Debinha, mas a zagueira Mbock Bathy apareceu por trás da goleira e salvou a França.
A chance perdida custou caro. No lance seguinte, uma reedição do gol de Thierry Henry — que causou a eliminação brasileira da Copa do Mundo em 2006 —, castigou as brasileiras. Dessa vez, Amandine Henry (maldito nome), colocou as francesas em vantagem e eliminou a equipe de Vadão.
O jogo
Primeiro tempo
O início de jogo foi equilibrado em Le Havre, com poucas chances de gol. Enquanto a França arriscava mais pelo lado direito e nas jogadas aéreas, o Brasil, extremamente concentrado, tentava se aproveitar nos contra-ataques. Logo aos oito minutos, Marta teve um lampejo de Marta: depois de pegar um rebote, passou entre duas marcadoras com dribles secos e chutou rasteiro, à esquerda do gol. Aos 14, Debinha recebeu passe de Marta pela esquerda, carregou para dentro e arriscou chute de fora da área. A bola desviou em Renard e saiu à esquerda do gol.
Demorou 22 minutos para a França criar a primeira chance de gol e furar a defesa brasileira. Diani passou fácil por Tamires e cruzou da direita, Bárbara chegou para dividir com Gauvin, chocou-se com a adversária e furou em bola — a francesa, então, mandou sem esforço para o gol vazio. Para a sorte da goleira, a árbitra Marie-Soleil conferiu o lance no VAR e assinalou um toque no braço da atacante.
Aos 35 minutos, a gigante Renard fez falta em Debinha e recebeu cartão amarelo. Na cobrança, Marta errou o cruzamento. Quatro minutos depois, Majri cobrou falta para a área e Henry, livre na segunda trave, cabeceou para fora. Apesar de ter sido uma boa chance, o impedimento já havia sido assinalado. A melhor chance brasileira no primeiro tempo saiu dos pés de Cristiane. A camisa 11 se aproveitou de uma bola rebatida, invadiu a área pela esquerda e chutou cruzado, obrigando Bouhaddi a defender com o pé.
Aos 46 minutos, a lateral Tamires fez falta para evitar o contra-ataque e levou cartão amarelo. Um minuto depois, no último lance do primeiro tempo, após uma bobeada na saída de bola brasileira, Bussaglia roubou a bola e encontrou Majri livre na área, mas a camisa 10 chutou para fora.
Segundo tempo
No segundo tempo, enquanto o Brasil tentava passes longos e ineficientes, Diane se aproveitou da fragilidade defensiva do lado direito, passou por Tamires e cruzou rasteiro. A bola passou por Barbara, e Gauvin, na pequena área, deu um carrinho para abrir o marcador aos seis minutos. A resposta brasileira foi rápida. Marta cobrou falta da esquerda e Cristiane cabeceou no travessão aos nove minutos.
Se Cristiane teve azar, Thaísa teve sorte. Aos 18 minutos, Debinha recebeu em profundidade na esquerda, cruzou para a área e Renard faz o corte. A bola sobrou para Thaisa, que livre, finalizou cruzado e empatou o jogo. Apesar da bandeirinha ter assinalado o impedimento na origem do lance, o gol foi validado depois da revisão do VAR.
Aos 24 minutos, Formiga recebeu cartão amarelo por fazer falta em Diani. Logo em seguida, mostrando que queria a vitória, o técnico Vadão sacou Ludmilla para colocar Bia no time. Em sua primeira participação, a atacante roubou a bola de Bathy no campo de ataque e serviu Debinha, que chutou de fora da área e obrigou Bouhaddi a fazer uma boa defesa.
Aos 29 minutos, Andressinha, que estava cotada para começar jogando, entrou no lugar de Formiga. Aos 37, Bia recebeu cartão amarelo por falta em Torrent. Depois disso, só deu Brasil.
Andressinha teve uma chance aos 40 minutos. Em cobrança de falta, a meio-campista cobrou nas mãos da goleira francesa. Um minuto depois, Cristiane achou Tamires livre na área. A lateral chutou na saída de Bouhaddi, mas a auxiliar assinalou o impedimento corretamente. No lance seguinte, Tamires cruzou da esquerda buscando Cristiane e Mbock Bathy cortou de cabeça. A bola sobrou para Marta, que, quase na pequena área, tentou cortar para o chute, mas foi desarmada.
Na última chance do tempo normal, Debinha roubou a bola no campo de ataque e, de cavadinha, lançou para Bia Zaneratto na entrada da área. Desequilibrada, a camisa 16 finalizou sobre o gol.
Prorrogação
Logo no início da prorrogação, o Brasil perdeu Cristiane, por lesão. Vadão colocou Geyse em seu lugar. Apesar do desgaste de ambas as equipes, as francesas voltaram a tomar a iniciativa do jogo, mas a defesa brasileira não permitiu que essa pressão se tornasse em chances efetivas de gol.
Em um contra-ataque, Debinha teve a chance de matar o jogo. A camisa 9 recebeu um grande lançamento em profundidade de Geyse, arrancou em velocidade pela esquerda, invadiu a área e finalizou. A bola passou pela goleira, mas Mbock Bathy surgiu por trás e evitou o gol. O lance custou caro.
Pouco depois, no primeiro lance do segundo tempo da prorrogação, um filme da eliminação da Seleção Brasileira masculina na Copa do Mundo de 2006 deve ter passado na cabeça de todos os torcedores do Brasil. Reeditando aquele gol de Henry, Majri cobrou uma falta pela direita, e (de novo) Henry apareceu livre na pequena área para tocar no contrapé de Barbara.
Com pouco tempo e sem condições físicas, a Seleção Brasileira não conseguiu criar mais nenhuma chance e deu adeus ao Mundial da França.