O presidente Jair Bolsonaro inaugurou, nesta segunda-feira (5), a primeira etapa da usina solar flutuante instalada no Reservatório de Sobradinho, na Bahia, da Companhia Hidro Elétrica do São Francisco (Chesf).
O projeto de exploração de energia solar em lagos de usinas hidrelétricas com flutuadores é pioneiro no mundo e foi idealizado pelo senador Eduardo Braga (MDB/AM) quando esteve à frente do Ministério de Minas e Energia (MME), entre 2015 e 2016. A tecnologia permite o uso da capacidade ociosa do sistema de transmissão das usinas hidrelétricas e passou por testes em Sobradinho (BA) e na Hidrelétrica de Balbina (AM).
“Estamos felizes ao constatarmos que nossa missão de construir um setor cada vez mais robusto e seguro do ponto de vista energético foi levada adiante. Precisamos de um setor elétrico cada vez mais eficiente e limpo do ponto de vista ambiental, cada vez mais sustentável do ponto de vista social e cada vez mais barato para o consumidor e para a indústria”, observou o senador.
“Esperamos que, nos próximos meses, seja entregue a primeira etapa da usina solar do reservatório de Balbina, no Amazonas, o que comprovaria a eficiência da tecnologia por nós desenvolvida no ministério”, acrescentou.
Vantagens – A iniciativa permite o aproveitamento de áreas sobre lámina d´água, evitando a desapropriação de terras, de subestestações e de linhas de transmissão de energia da hidrelétrica que dispuser dessa tecnologia. No caso de Sobradinho, a maior vantagem – destacou o governo federal – será garantir a energia elétrica necessária para o bombeamento de água do projeto de integração do Rio São Francisco, beneficiando, ao todo, 12 milhões de pessoas.
Segundo informações do Ministério de Minas e Energia, a bem-sucedida experiência em Sobradinho vai servir de exemplo para o uso das placas ao longo dos 477 quilômetros de canais de transposição, aquedutos e reservatórios do São Francisco. Nas laterais dos canais também poderão ser implantadas placas solares de geração de energia.
Além da possibilidade de redução de evaporação da água dos reservatórios e canais ao longo do projeto, os trabalhos técnicos apontam que esse modelo pode beneficiar outras regiões no uso de reservatórios já existentes e ampliar a capacidade potencial de geração de energia do país. “No reservatório da Serra da Mesa, em Goiás, por exemplo, essa tecnologia poderia ser utilizada e resolveria parte dos problemas de abastecimento de energia do Centro-Oeste”, afirmou Eduardo.