A produção industrial amazonense reduziu quase pela metade nos últimos dois meses, conforme dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Por conseguinte, alguns subsetores também amargaram retração em abril e maio. As fábricas de eletroeletrônicos, informática, duas rodas, relojoeiro e químicos instaladas no Polo Industrial de Manaus (PIM) tiveram o pior resultado. A informação foi confirmada à REVISTA CENARIUM pelo presidente da Federação das Indústrias do Estado do Amazonas (Fieam), Antônio Silva.
“Tivemos uma queda expressiva na produção do mês de abril em comparação a março. No entanto, houve uma alta nominal do PIB de 4,50% no primeiro trimestre deste ano, em relação ao mesmo período de 2019, que descontada a inflação, ficou em 1,16%”, afirma o dirigente da Fieam.
Ainda de acordo com o dirigente, a indústria, no primeiro trimestre, cresceu 3,91% em relação ao mesmo período do ano passado, tendo a indústria de transformação crescido 6,02%.
“Haverá, ainda, um apoio e estímulo para recuperação das empresas. Estaremos sempre prontos e dispostos a interceder junto aos órgãos competentes em defesa dos interesses da indústria”, informa Silva.
Flexibilização e recuperação
Para o presidente do Centro da Indústria do Estado do Amazonas (Cieam), Wilson Périco, a queda do setor não foi uma surpresa, justamente por conta dos impactos da pandemia do novo Coronavírus. Muitas fábricas anteciparam o período de férias coletivas, enquanto outras pararam parcial ou integralmente.
“As empresas não podiam nem mesmo receber insumos e demais mercadorias. A pandemia resultou em um impacto negativo no faturamento do PIM”, comenta Périco.
O executivo diz acreditar que o setor deve se recuperar a partir do segundo semestre. O objetivo, conforme Périco é preservar os empregos e evitar tantos impactos negativos.
“Cieam e Fieam estão trabalhando em conjunto na busca de recursos financeiros para ajudar as empresas com linhas de crédito e revisão e postergação de pagamentos de impostos ou multas”, enfatiza Périco.
Para o economista Wallace Meirelles, a redução na produção da indústria também era esperada. Segundo ele, o governo deve tomar providências para que os impactos não sejam tão negativos e, principalmente, não acabe afetando os empregos gerados ao longo dos anos pelo PIM.
Fonte: Revista Cenarium – Alyne Araújo