A quatro dias das eleições das mesas diretoras da Câmara dos Deputados e do Senado e do retorno das atividades legislativas de 2021 – em 1º de fevereiro – o coordenador da bancada do Amazonas, no Congresso Nacional, senador Omar Aziz (PSD-AM), em entrevista exclusiva ao BNC Amazonas, fala das pautas prioritárias que o parlamento deve adotar, como o auxílio emergencial para atender os mais pobres; a prorrogação do estado de calamidade pública e o a manutenção do orçamento de guerra para ajudar no combate à pandemia de coronavírus (covid-19).
“A bancada amazonense pode contribuir muito, fazendo um esforço para que possamos direcionar mais recursos para o estado e municípios. Nós, senadores e deputados, devemos lutar para que o Amazonas tenha um diferencial de vacinas e no auxílio emergencial principalmente na cidade de Manaus”, afirma Omar Aziz.
Impeachment de Bolsonaro
Quando questionado sobre o movimento dentro e fora do Congresso Nacional para realizar o impeachment do presidente Jair Bolsonaro, Omar Aziz diz ser totalmente contrário à ideia, embora reconheça equívocos do presidente, como a negação à ciência.
“Ele [Bolsonaro] foi eleito democraticamente e tem que cumprir seu mandato. Se daqui a dois anos a população achar que ele não deve continuar, vai votar contra ele”, declarou o senador.
Culpados pela pandemia
Outro assunto que o coordenador da bancada amazonense não quis “meter a mão no vespeiro” foi com relação aos culpados pelos erros, atropelos e divergência na gestão da crise sanitária do Amazonas.
O BNC Amazonas pediu para o senador fazer uma avaliação da atuação do governo do Amazonas e da Prefeitura de Manaus na gestão da crise pandêmica de coronavírus.
Também pediu sugestões e conselhos para ações urgentes a fim de conter a crise sanitária no estado.
“Não é do meu feitio fazer esse tipo de comentário em relação à gestão administrativa de um governador ou de um prefeito”, declarou Omar Aziz.
Leia a seguir a integra da entrevista com o coordenador da bancada do Amazonas, no Congresso Nacional, senador Omar Aziz (PSD-AM).
BNC: O senhor e o seu partido, o PSD, vão participar, no próximo dia 1º de fevereiro, da eleição da Mesa Diretora do Senado. Está confirmada a sua candidatura à primeira vice-presidência do Senado?
Omar Aziz: O nosso partido ainda não reuniu para tratar dos espaços que terá na mesa diretora e nas comissões. Essa é uma questão que vamos discutir dentro do partido neste final de semana. As conversas estão andando e, em momento algum, eu pedi a vice-presidência do Senado.
BNC: Um dos debates fortes entre os candidatos da Câmara e do Senado, nesse processo eleitoral, é a volta do auxílio emergencial. Qual sua posição sobre esse tema?
Omar Aziz: O auxílio emergencial é uma necessidade principalmente aqui no Amazonas. Decretou-se o lockdown, mas tem muitas pessoas que estão impossibilitadas de trabalhar e todo o dinheiro que ele ganhava naqueles dias [do pagamento do auxílio emergencial] era para comer e pagar suas contas. A partir do momento que essa pessoa passa a não ter nenhuma renda, vem o desespero, a ansiedade. Então, não somente o governo federal, mas o governo do estado também tem que dar um auxílio emergencial. Está na hora de pensar nessas milhares de pessoas e de famílias que estão sem poder trabalhar.
BNC: O que o senhor considera prioritário o Congresso Nacional votar nesse início de legislatura de 2021?
Omar Aziz: O Congresso Nacional tem duas coisas importantes para decidir: uma é o auxílio emergencial. Nós temos que fazer esforço, sacrifício. Temos que tirar recursos do Senado, da Câmara e de outros setores para que a gente possa bancar o auxílio emergencial. E é importante discutir isso a partir de segunda-feira (1º de fevereiro), logo depois da eleição da mesa diretora. A outra questão é a aprovação da vacina russa (Sputnik V). Já foi aprovada uma medida provisória na Câmara que inclui a vacina russa e o Senado ainda não votou essa medida provisória. Penso que na semana que vem é urgente, urgentíssimo nós discutirmos a vacina russa.
BNC: A pandemia de coronavírus continua fazendo muitas vítimas em todo o país, especialmente no Amazonas. O senhor é a favor da prorrogação do estado de calamidade pública e a manutenção do Orçamento de Guerra?
Omar Aziz: Sou favorável à prorrogação do estado de calamidade pública e o orçamento de guerra. Nessas duas medidas, estão incluídos o auxílio emergencial e outras medidas que foram tomadas no ano passado, como ajuda aos estados e municípios para que a gente pudesse colaborar e contribuir no combate à pandemia. Mas, o retorno dessas medidas vai depender muito da perspectiva do crescimento econômico visto que fechamos 2020 com um déficit muito alto e isso nos preocupa bastante.
BNC: Há movimentos políticos e sociais em torno do pedido de impeachment do presidente Bolsonaro – 64 ao todo – por conta de sua atuação negacionista na pandemia. Assim como um pedido de CPMI a caminho na Câmara e no Senado. Qual a sua posição sobre esses dois movimentos?
Omar Aziz: Eu sou contra o impeachment. O presidente se elegeu com o voto da população. Você pode fazer toda crítica que quiser ao Bolsonaro, mas é essa a pessoa que está aí desde o primeiro dia que assumiu o mandato. O Congresso tem um papel importante para que a gente possa convencer o presidente em relação aos equívocos. Não dá para negar a ciência e esse é um dos grandes equívocos do Bolsonaro. Mas, em relação ao impeachment do presidente eu sou totalmente contrário; ele foi eleito democraticamente e tem que cumprir seu mandato. Se daqui a dois anos a população achar que ele não deve continuar, vai votar contra ele. Não creio que 513 e 81 senadores têm o direito de passar por cima dos milhões de votos que ele teve na sua eleição.
BNC: Na sua avaliação, o governo federal ajudou com recursos e equipamentos suficientes para o combate ao coronavírus no estado?
Omar Aziz: O governo federal ajudou bastante. Os estados e municípios nunca receberam tantos recursos, em 2020, como no governo Bolsonaro. A gente não pode negar isso. Não faltaram recursos para ajudar a combater a pandemia de coronavírus. Agora, nenhum estado ou país do mundo estava preparado para ter um número de UTIs e de leitos para tratar de um vírus dessa natureza. Mas, que houve ajuda por parte do governo federal, isso a gente não pode negar. É só olhar os números e os valores que foram repassados aos municípios do Amazonas e para o governo do estado
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(Fonte: BNC AMAZONAS)