Centro de Manaus tem aglomerações no primeiro dia de abertura do comércio em 2021

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Multidão fazia fila na porta das lojas, no centro de Manaus, aguardando a reabertura do comércio. — Foto: Matheus Castro/G1

O centro de Manaus registrou cenas aglomerações no primeiro dia de abertura do comércio na capital amazonense em 2021. Além das lojas em geral, shoppings e restaurantes também voltam a funcionar. As atividades não-essenciais funcionavam com restrições desde o dia 4 de janeiro e voltaram a reabrir nesta segunda-feira (22), após um decreto do Governo do Amazonas.

Apesar da reabertura, o estado e a capital seguem marcando índices assustadores de casos e mortes por Covid-19. Manaus é, até o momento, a cidade mais afetada. Dos 306.003 casos confirmados no estado, 141.674 são de Manaus (46,30%), cidade em que já morreram 7.407 pessoas.

O ambulante Júlio Silva, de 50 anos, trabalha na Avenida Marechal Deodoro há quatro. Ele voltou ao serviço nesta segunda-feira, mas contou que devido à crise pela falta de trabalho precisou ir morar com o tio, pois não tinha mais como pagar o aluguel.

“Foi bem difícil este período que ficamos sem poder trabalhar. Tive que ir morar com meu tio, pois não tinha dinheiro para pagar o aluguel e nem para comer. Agora é esperar para ver se as coisas vão normalizar. Se Deus quiser vai dar tudo certo”.

O pastor Luciano Maciel, que mora na Comunidade São Pedro, no município de Iranduba, na região metropolitana da capital, aproveitou a reabertura do comércio para pagar contas. Ele chegou bem cedo em uma loja do Centro da capital e junto da mulher aguardava a retomada dos serviços. No entanto, falou que é preciso ter cuidado e não relaxar nas medidas sanitárias.

“Viemos pagar as contas, pegar o IPTU, estamos aqui fazendo nossas obrigações de cidadão. Mas vejo que muitas pessoas estão desobedecendo as ordens do governo e das nossas prefeituras. Por isso que está dando essa confusão toda. Se todo mundo obedecesse, a gente não estaria desse jeito. Mas ainda dá tempo de mudar. Usar álcool em gel, manter o distanciamento e só sair se for realmente necessário”.

Restrições

O governo do Amazonas tentou fechar o comércio ainda no final de 2020. No entanto, diversas manifestações pela cidade levaram o governador Wilson Lima a recuar. Com o agravamento da crise no sistema de saúde e a classificação da pandemia para a fase roxa, o estado determinou o fechamento imeditato dos serviços essenciais. Um toque de recolher passou a vigorar no estado de 19h às 6h, e depois por 24h.

Comércio do Centro de Manaus reabre nesta segunda-feira — Foto: Matheus Castro/G1

No início de fevereiro, algumas atividades voltaram a ser permitidas. No dia 8 de fevereiro, o Governo reduziu o toque de recolher apenas para o período noturno e permitiu a retomada de alguns setores do comércio, como, o de alimentos, no sistema de delivery.

No dia 13, o governador anunciou que o estado saiu da fase roxa para a fase vermelha, o que permitiu a volta dos serviços em formato de delivery e drive thruManifestações na cidade voltaram a ocorrer pedindo a reabertura dos serviços e a saída do governador.

Crise começou no final de 2020

Após o Natal, com o aumento de mortes, o governo voltou a instalar câmaras frigoríficas nos principais hospitais de Manaus. As estruturas foram montadas, pela primeira vez, em abril, após o colapso nos sistemas de saúde e funerário do estado.

Os cemitérios também voltaram a registrar movimentação intensa e começaram abrir novas covas para receber os corpos. No entanto, o secretário de limpeza pública de Manaus, Sabá Reis, disse que a cidade não voltaria a ter enterros em valas comuns diante do aumento de sepultamentos.

Para conter o avanço da doença e a redução no número de internações e mortes, o Governo do Amazonas tentou fechar os serviços não-essenciais ainda no final do ano, em dezembro. No entanto, lojistas e funcionários foram às ruas pedindo a revogação do decreto. As manifestações terminaram em confusão e no fechamento de vias na capital, e o governo recuou.

Em janeiro, o estado sofreu colapso no sistema de abastecimento de oxigênio e vários hospitais chegaram a ficar sem o insumo, que é primordial para auxiliar pessoas acometidas com a doença. A crise na saúde pública do Amazonas também levou o governo a transferir pacientes para outros estados. A medida visa desafogar o fluxo nos hospitais da capital que, inclusive, tem fila de espera por leitos de UTI.

Após mais de um mês de restrições nas atividades não-essenciais, o governo liberou o funcionamento de shoppings, comércios e restaurantes na capital a partir desta segunda.

Multidão se aglomera na reabertura do comércio em Manaus — Foto: Matheus Castro/G1

Fonte: G1 Amazonas.

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