Desmatamento na floresta amazônica aumenta pelo 4º mês consecutivo

No momento, você está visualizando Desmatamento na floresta amazônica aumenta pelo 4º mês consecutivo
Operação Amazônia Viva combate desmatamento no Pará Foto: Alex Ribeiro/Agência Pará
Operação Amazônia Viva combate desmatamento no Pará Foto: Alex Ribeiro/Agência Pará

O desmatamento na floresta amazônica brasileira aumentou pelo quarto mês consecutivo em junho, de acordo com dados preliminares do governo, em meio à preocupação de que a destruição e a seca alimentem o agravamento dos incêndios florestais na estação seca que se avizinha.

O desmatamento na parte brasileira da Amazônia aumentou 1,8% em junho em comparação com o ano anterior, para 1.062 quilômetros quadrados (410 milhas quadradas), de acordo com a agência nacional de pesquisa espacial Inpe.

Nos primeiros seis meses do ano, o desmatamento na região aumentou 17%, com 3.610 quilômetros quadrados sendo desmatados, segundo o Inpe. Essa é uma área mais de quatro vezes o tamanho da cidade de Nova York.

O desmatamento aumentou desde que o presidente Jair Bolsonaro assumiu o cargo em 2019, atraindo protestos internacionais de governos estrangeiros e do público.

A assessoria de imprensa do Bolsonaro não respondeu imediatamente a um pedido de comentários sobre suas políticas ambientais ou os números do desmatamento.

Cientistas dizem que a proteção da Amazônia é vital para conter as mudanças climáticas por causa da grande quantidade de gases do efeito estufa que a floresta absorve.

No mês passado, Bolsonaros implantou militares para proteger a região amazônica e proibiu amplamente a maioria dos incêndios ao ar livre, repetindo políticas promulgadas anualmente desde 2019 que não conseguiram reduzir o desmatamento ou incêndios.

Ameaça de incêndio

Enquanto mais multas não pagas se acumulam, a destruição continua aumentando. O grupo de defesa Observatório do Clima disse em um comunicado que os dados preliminares indicam que os números anuais mais precisos do desmatamento estão a caminho de ultrapassar 10.000 quilômetros quadrados pelo terceiro ano consecutivo, um nível visto pela última vez em 2008.

Especialistas dizem que é um sinal preocupante, já que o Brasil se aproxima do auge de sua estação seca anual, com incêndios geralmente atingindo o pico em agosto e setembro.

Os madeireiros ilegais geralmente cortam árvores valiosas e, em seguida, especuladores e fazendeiros usam o fogo para limpar a terra em uma tentativa de aumentar seu valor para fins agrícolas.

Quase 5 mil quilômetros quadrados desmatados desde 2019 ainda não foram queimados, de acordo com uma análise do Woodwell Climate Research Center e do Amazon Environmental Research Institute (Ipam).

“Essas áreas são caixas de combustível à espera de uma faísca”, de acordo com a análise divulgada na semana passada.

“Muitas dessas áreas com alto consumo de combustível são adjacentes a florestas em pé, tornando-as locais privilegiados para que os incêndios saltem de áreas desmatadas para florestas remanescentes”.

Além disso, o Brasil está enfrentando uma seca severa, com o fluxo de água em barragens hidrelétricas em uma baixa de 91 anos, de acordo com o Ministério de Minas e Energia.

A seca inclui muitas áreas ao longo do chamado “arco do desmatamento” no Brasil, onde a destruição é maior e os pesquisadores dizem que a seca provavelmente contribuirá para piores incêndios este ano.

A Colômbia, vizinha ao norte do Brasil, também está registrando uma crescente destruição da floresta. O ministro colombiano do meio ambiente disse na quarta-feira que o desmatamento em 2020 aumentou 8%, com 1.717 quilômetros quadrados destruídos.


Fonte: CNN Brasil

Deixe uma resposta