Uma jovem expulsou aos gritos um homem de um ônibus no Rio de Janeiro, o acusando de importunação sexual. Revoltada ao perceber que o homem estava se masturbando ao lado dela, Mariana Muharre, de 21 anos, começou a filmar o momento em que o questiona sobre o que ele estava fazendo, e o expulsa do transporte coletivo.
“O quê que você ta fazendo? O quê que você ta fazendo? Desde que eu entrei nesse ônibus, o que você tá fazendo? Sabe qual é a tua sorte, que eu não trouxe minha faca hoje, é por isso que eu ando armada. Sai desse ônibus, rala, rala! Pode sair seu [palavrão]. Não vai? Acha que eu tô brincando? Sai agora, motorista, abre a porta! Qual é o teu problema?”, grita ela, nervosa. “Abre aí motorista, tô passando mal”, diz o homem.
“Passando mal o c**! Seu tarado do c*! Abre! Tá [censurado] do meu lado! Rala, c***!”, dispara a jovem. “Abre a porta, motorista”, o homem diz mais uma vez.
Após a jovem se impor, alguns passageiros opinam: “Tava [inaudível] ali perto da menina? Escroto! Falta de respeito com a menina!”, diz a voz de uma mulher ao fundo. O homem nega as acusações e a jovem grita: “É assim que a gente trata filha da p**!”.
Nas redes sociais, a jovem compartilhou as cenas e revelou que nenhum homem presente que viu a cena se prontificou a fazer algo: “Ninguém me ajudou, ninguém fez nada. Uma mulher que estava até bem distante gritou. Com cerca de 90% das pessoas presentes sendo homens, que na internet dizem “se eu tivesse lá mataria”, justos os que não fazem nada”, disse Mariana.
“Aconteceu o que eu sabia que poderia acontecer. A gente que é mulher põe o pé pra fora de casa pensando em como não morrer, pensando em como não ser assediada e como não ser estuprada. A resposta é que não há como. A mudança é devagar, mas só vejo retrocesso”, continuou. “Sempre seremos nós por nós, num ato desses criei a coragem que não sabia que tinha. Dois minutos depois liguei pra minha mãe chorando e toda bravura esvaiu, veio o vazio, a tristeza, a vulnerabilidade. Ajudem nossas mulheres, protejam nossas meninas”, pediu.
