Redação – O tão esperado 2 de fevereiro chegou e, por mais um ano, a enseada do Rio Vermelho está silenciosa. As homenagens à Rainha do Mar não acontecerão, pelo segundo ano consecutivo, nos moldes tradicionais e a saudade é marca registrada nos baianos, turistas e fiéis que sempre visitavam o mar para se abençoar e prestar homenagens à Iemanjá.
O motivo continua sendo a pandemia da Covid-19, a alta do número de casos provocados pela variante Ômicron em todo o estado baiano e o surto de Influenza em Salvador. Apesar das inúmeras restrições anunciadas pelos governos estadual e municipal, a fé e a tradição continuam na capital baiana mesmo que de forma tímida, ao longo dos mais de 60 km de orla.
O presente construído pela colônia de pescadores do Rio Vermelho foi mantido. Em contrapartida, a praia foi fechada e a região não foi interditada, como em anos anteriores, para evitar aglomerações. Muitas pessoas não aprovaram a medida por conta do medo da extinção da tradição, mas para o historiador Ricardo Carvalho as mudanças são naturais e não é diferente se compararmos com outros momentos históricos.
“Poucas festividades religiosas tiveram tantas transformações na Bahia quanto a festa de Iemanjá, seja em termos de data e até mesmo de localização geográfica. Eu acho que a história não é um elemento fixo, inalterado, as mudanças elas são inevitáveis e isso acontece com as tradições também. Embora a palavra tradição ela possa inferir em algo que é imóvel, parado, não é assim. As tradições elas também se modificam e a pandemia da Covid-19 é uma delas, como em outros momentos: durante a Segunda Guerra Mundial…as festividades também acabaram passando por transformações. Isso vai acontecer inevitavelmente e é isso que acontecendo agora”, disse o especialista em entrevista.
Informações Portal IBahia