Pesquisa aponta que número de mulheres amazonenses que adotam sobrenome do marido após o casamento caiu 43%

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Foto: reprodução da internet.

Manaus/AM – O casamento é uma das tradições mais antigas da civilização humana. Ele surgiu lá nos tempos da idade média e teve muitas funções ao longo dos anos. Os casais que se formavam naquela época o faziam para estabelecer alianças, construir relações diplomáticas ou lações econômicos. Era tradição inclusive que os casamentos fossem arranjados pelas famílias dos noivos.

Hoje, as discussões que envolvem o casamento ainda continuam e representam muito das mudanças que aconteceram em nossas sociedades com o passar dos anos. A Associação dos Notários e Registradores do Estado do Amazonas (Anoreg-AM) realizou uma pesquisa e divulgou na ultima sexta-feira, 1, na qual consta que o número de mulheres que adotam o sobrenome do marido após o casamento caiu 43% no Amazonas. Os casais amazonenses têm escolhido manter os sobrenomes originais de família, chegando a 44,6% das opções no momento do registro do matrimônio.

Na época em que o atual Código Civil foi publicado, em 2002, o percentual das mulheres que usavam o sobrenome do marido chegava a 95% dos matrimônios. Entre os anos de 2002 a 2010, a média de mulheres que optavam por acrescentar o novo sobrenome passou a representar 84%. Já entre os anos de 2011 a 2020, este percentual passou a ser de 58%. Em 2021, atingiu 53%, caindo para 51% das escolhas nos primeiros cinco meses de 2022.

Uma prática não muito comum é a possível adoção do sobrenome da mulher pelo homem. No entanto, em 2021, apenas 0,47% dos noivos escolheram mudar e usar o nome da mulher no casamento. A mudança dos sobrenomes por ambos os cônjuges no casamento representou, em 2021, 0,9% das escolhas, tendo atingido seu pico em 2012, quando foi opção em 22% das celebrações.

A pesquisa apontou que muitas mulheres preferem evitar a troca dos nomes pela burocracia de precisar mudar todos os documentos. É o caso de Maria do Socorro Silva, que se separou do marido há um ano e levou quase quatro meses para expedir os documentos de solteira. Socorro conta que só casou para colocar o ex-marido para receber o benefício de plano de saúde.

Maria do Socorro Silva em cartório de Manaus para a dissolução do divórcio. Foto: Arquivo Pessoal.

“No começo a gente sempre acha que vai ser pra sempre. Eu estava toda apaixonada, era começo de relacionamento. Até então estava tudo bem. A empresa em que ele trabalhava não oferecia plano de saúde e a minha sim, então decidi casar só pra que ele tivesse direito ao benefício. Ai troquei meus documentos todos. Passamos três anos juntos e não deu mais. Aí começaram as dores de cabeça, tive tirar todos os meus documentos de novo, pagar custos com advogado, meu Deus, nunca mais eu caso”, afirma ela.

Mudança no casamento

O procedimento padrão é realizado em Cartório de Registro Civil. O casal precisa comunicar e realizar o agendamento no cartório no ato da habilitação do casamento, quando são apresentados os documentos que a lei exige.

A pessoa que for alterar o nome precisa providenciar a troca de todos os seus documentos pessoais – RG, CNH, Título de Eleitor, Passaporte, cadastros bancários, registros imobiliários e também realizar a troca dos documentos no local de trabalho. Caso não queira fazer a mudança, é só apresentar a certidão de casamento quando for preciso comprovar sua união.

Com informações da Agência Amazônia

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