Chacina no RJ: Moradores protestam com velas e cartazes após mortes no Alemão

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Moradores seguram velas durante manifestação no Complexo do Alemão, na noite desta sexta-feira (22). — Foto: REUTERS/Ricardo Moraes

Redação – Um protesto interditou na noite desta sexta-feira (22) duas faixas da Avenida Itaóca, na altura da Estrada do Itararé, no Complexo do Alemão, Zona Norte do Rio.

Uma transmissão ao vivo do jornal Voz das Comunidades nas redes sociais mostra que moradores protestavam pacificamente por volta das 19h. Eles levavam velas e cartazes pedindo paz. A PM estava no local.

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Ato após mortes no Complexo do Alemão reúne manifestantes na noite desta sexta-feira (22). — Foto: REUTERS/Ricardo Moraes

Operações policiais nesta quinta e sexta no Alemão deixaram 18 mortos – entre eles 15, segundo a polícia, suspeitos de envolvimento como tráfico.  

Uma moradora morreu baleada na manhã desta sexta-feira (22) no Complexo do Alemão. Segundo testemunhas, Solange Mendes, de 49 anos, foi atingida na localidade da Caixa D’Água. Não há confirmação sobre a autoria do disparo até o momento.

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Solange Mendes e o marido: ela morreu baleada na cabeça — Foto: Reprodução

Com a morte de Solange, já são 18 mortes no conjunto de favelas desde as primeiras horas de quinta-feira (21) — quando forças de elite das polícias civil e militar iniciaram uma operação contra roubos.  

A Polícia Civil e a PM chegaram a divulgar em entrevista coletiva que foram 18 mortos no total na quinta, mas sexta-feira (22) corrigiu a informação, afirmando que uma pessoa que foi encaminhada para o hospital entrou erroneamente para a lista de mortos.

Vizinhos disseram que Solange morava no Beco do Borges, no Largo da Vivi, e tinha uma pensão.

A PM afirmou que a base da UPP de Nova Brasília foi atacada por criminosos e negou revide. “Não houve confronto envolvendo os policiais militares que estavam no local”, disse, em nota.

“Após cessar o ataque criminoso, uma mulher foi encontrada ferida e foi socorrida pelos policiais militares para o Hospital Estadual Getúlio Vargas.”

A polícia afirma que 15 dos mortos na quinta eram suspeitos. Também morreram o cano da PM Bruno de Paula Costa e a moradora Letícia Marinho. 

PMs tamparam o rosto da moradora

Moradores contestam a versão da PM.

“Quando ela chegou aqui na esquina, começaram os tiros. Eu olho novamente e está ela caída”, narrou uma vizinha.

“Eles [PMs] tamparam o rosto dela, enrolaram o rosto dela com uma roupa deles mesmos para nem saber quem é. Um dos policiais ainda gritou que era moradora, mas como grita que é moradora e não mostra quem é?”, emendou.

A ação conjunta do Bope e da Core terminou ainda na quinta, quando estavam confirmadas 18 mortes – a quarta mais letal da história do RJ. O patrulhamento seguiu reforçado nos acessos ao Alemão, e as bases das UPPs no complexo ficaram de prontidão ao longo da noite.

A sexta-feira, contudo, amanheceu tensa, com poucos moradores e veículos circulando e relatos de tiroteios em diferentes pontos.

Munição exaurida em 2 horas

Em entrevista ao Bom Dia Rio desta sexta-feira (21), o porta-voz da PM, tenente-coronel Ivan Blaz, disse que a operação exauriu em apenas duas horas toda a munição do Bope.  

“Por volta das 7h30, a munição do Bope já havia sido totalmente consumida, dada a intensidade do confronto armado”, destacou Blaz.

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Ato após mortes no Complexo do Alemão reúne manifestantes na noite desta sexta-feira (22). — Foto: REUTERS/Ricardo Moraes

Segundo o tenente-coronel, nessas duas horas a PM disparou mais balas que na operação do complexo do Salgueiro, em São Gonçalo, em novembro — quando as equipes ficaram uma noite inteira em combate.

“Eu estou falando de uma ordem de grandeza de centenas de fuzis. Não estou contando o contingente humano, estou falando só o número de fuzis”, disse Blaz.

“Você vê ali equipamentos táticos, barricadas medievais colocadas com espeto, com solda”, enumerou.

Com informações do G1 

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