Carta ao presidente: o que a comunidade LGBTQIAP+ espera do governo Lula

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Presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva (PT) Sergio Dutti/PSB

Redação – O quanto você renova as suas expectativas políticas depois de uma eleição? Eu, confesso que a deste ano, foi mais intensa que as últimas. Primeiro pelo fato de eu ser jornalista e nesse período fazer parte de um canal de notícias que respira política, a CNN Brasil. Isso me dá muito orgulho.

Mas também tem o fato de ser um homem cis gay que anseia por avanços nos mais diferentes setores para a nossa comunidade LGBTQIAP+.

Ainda falta um pouco mais de um mês para que o novo presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva (PT) ocupe novamente o posto de presidente do Brasil.

Mas temos urgências e por isso na coluna de hoje eu convidei três grandes institutos que lutam por nós LGBTI+ para nos apontar o que para não podemos mais esperar.

O que hoje você pederia ao novo governo?

“Na educação nós queremos que as escolas sejam um lugar acolhedor, sem violência e sem discriminação aplicando a lei 13185/ 2014 que prevê uma equipe multidisciplinar em cada escola para atender aos casos de violência e discriminação.”

Quem começa, logo pela educação, é o diretor presidente da Aliança Nacional LGBTI+ Toni Reis. Há anos a Aliança atua na defesa dos direitos humanos e da cidadania da comunidade.

“Na saúde, nós queremos que retome o programa de AIDS, que é referência para o mundo todo”

“Na cultura, nós queremos ações que nos beneficie, uma cultura de paz, uma cultura sem discriminação. Já na segurança pública uma sensibilização e formação dos agentes policiais para que proteja a todas as pessoas, inclusive os LGBTI+ e a empregabilidade é muito importante, nós precisamos capacitar a nossa comunidade e sensibilizar os empregadores, as empresas para que respeitem a comunidade Lgbti+”

A lista de necessidades é grande, mas todas apontam para um mesmo caminho, que é a inclusão cada vez mais na sociedade. Não queremos nada mais que o nosso direito.

Por falar em direto, não podemos esquecer que não temos nenhuma lei aprovada pelo congresso que nos defenda. Muita gente não sabe, até gente da própria comunidade, mas tudo que conquistamos até agora veio do STF – Supremo Tribunal Federal por meio da jurisprudência.

Então, com a entrada de mais um ciclo legislativo, a partir do ano que vem, devemos também olhar para leis que nos abrace.

“O que nós queremos do novo presidente é que ele pudesse olhar de uma forma muito específica para a nossa população [Pessoas trans], primeiro que defendesse a inviolabilidade das nossas vidas”

Quem pede pelo básico, o direito de existir, é a presidente da ANTRA – Associação nacional de travestis Keila Simpson, uma mulher trans que há décadas milita pelos diretos das pessoas transexuais.

O primeiro pedido da extensa lista é garantir a vida, já que ela e milhares de outras pessoas trans vivem em um país que mais mata travestis no mundo.

“É preciso desenhar ações efetivas de políticas públicas que vai erradicar essa violência e assassinatos e o direito de pessoas trans de ir e vir, de circular tranquilamente, a gente tem visto que hoje pessoas trans ainda são proibidas de acessar banheiros públicos, a nossa reivindicação nunca foi banheiro Unissex, mas foi sempre que as pessoas pudessem acessar os banheiros públicos de acordo com a sua identidade de gênero e não tem outro debate sobre isso”, explica a presidente da ANTRA, Keila Simpson

Para Keila Simpson, o que precisa também entrar na pauta dos próximos anos é a retomada dos espaços de debates e controles social, os famosos conselhos e a sinalização de uma conferência LGBT, que não acontece há sete anos.

Não podemos esquecer é que vamos enfrentar também nesse novo ciclo político um congresso conservador. Com isso as pautas mais progressistas devem sofrer mais dificuldades para ser discutidas.

E é justamente isso que a Associação Brasileira de lésbicas, gays, bissexuais e intersexos vão ficar em cima.

“A gente não pode abrir mão, vão ter três indicações para o STF se eu não me engano, que sejam indicações de pessoas desse campo, campo de defesa dos direitos humanos, pela democracia, com trajetória da defesa da vida” explica Symmy Larrat, presidente da ABGLT

Não queremos muito, mas sim queremos o que nos é de direito.

Com informações da CNN Brasil

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