Manaus/AM – Ana Júlia Azevedo Ribeiro, conhecida como “Vivi”, foi presa pela Polícia Civil do Amazonas (PC-AM), nesta quinta-feira (11), por suspeita de participação no assassinato de Débora da Silva Alves, que tinha 18 anos. A jovem estava grávida. Segundo a polícia, Ana Julia é companheira do vigilante Gil Romero Machado Batista, de 41 anos, principal suspeito do crime.
De acordo com o delegado Ricardo Cunha, titular da Delegacia Especializada em Homicídios e Sequestros (DEHS), um mandado de prisão foi expedido em nome da companheira de Gil Romero após ela dar informações contraditórias para a polícia durante as buscas pelo corpo de Débora.
Depois que o corpo da vítima foi encontrado, ela foi novamente procurada para depor, mas não foi localizada pela polícia. Ana Júlia passou a ser considerada foragida.
“Entendemos que ela precisa sim ser encarcerada, responder perguntas que devem ser questionadas”, disse o delegado, antes da prisão da suspeita.
O delegado contou, ainda, que há a suspeita de que, no mínimo, ela sabia do assassinato e não colaborou com as investigações, quando foi procurada.
O crime
Débora da Silva Alves, de 18 anos, estava grávida de oito meses, e foi encontrada morta na manhã do dia 3 de agosto, em uma área de mata localizada no Mauazinho, Zona Leste de Manaus.
A mulher foi queimada e teve os pés cortados. A jovem também tinha um pano no pescoço o que, segundo os agentes, indica que ela foi asfixiada.
De acordo com o delegado Ricardo Cunha, a vítima desapareceu no dia 29 de julho deste ano, quando saiu de casa para encontrar o suspeito, que lhe entregaria dinheiro para comprar o berço da criança.
O corpo dela foi encontrado no dia 3 de agosto, depois que a polícia prendeu José Nilson, suspeito de participação no crime. O homem era funcionário de Gil Romero.
Após investigações apontarem a participação de Gil Romero, o homem foi considerado foragido. Ele preso na noite de terça-feira (8), em Curuá, no Pará, para onde fugiu. Na tarde de quarta-feira (9), o suspeito foi transferido para Manaus e prestou depoimento pela primeira vez sobre o crime.
Dinâmica do crime
A delegada Deborah Barreiros, adjunta da DEHS, explicou que Gil Romero era proprietário de um bar e, também, trabalhava como vigilante em uma usina. No estabelecimento comercial, José Nilson trabalhava como gerente, motivo pelo qual teria proximidade com Gil Romero.
“Além disso, os dois atuavam furtando os fios da fábrica”, afirmou a delegada.
Em depoimento, José Nilson negou participação direta no assassinato, e disse ter sido coagido a ocultar o corpo de Débora.
“No dia do crime, enquanto Gil Romero foi se encontrar com Débora, José Nilson foi para a usina subtrair os materiais. Pouco tempo depois, segundo José Nilton conta em depoimento, Gil Romero apareceu com o corpo da jovem, sem vida e com sinais de asfixia”, disse, após ouvir José Nilson.
Ainda de acordo com a delegada, os dois colocaram o corpo de Débora em um tonel e o queimaram. Depois, os restos mortais foram jogados em uma área de mata.
O depoimento de Gil Romero à polícia contradiz a versão dada pelo comparsa. Ao ser ouvido pela polícia, após ser transferido para Manaus, ele disse que pagou R$ 500 para uma dupla dar um “corretivo” na vítima.
De acordo com o depoimento, ele levou a vítima para a usina onde ele trabalhava como vigilante, para conversarem sobre a gravidez da jovem.
“No local, ele a deixou sob os cuidados de José Nilson, que já está preso e de outra pessoa, que ainda não identificamos. Enquanto ele estava lá com a jovem, com a chegada de um inspetor na usina, ele precisou esconder a jovem junto com o José Nilson e essa terceira pessoa dentro de um galpão e saiu para fazer seu trabalho que era acompanhar esse inspetor”, contou a delegada Deborah Barreiros.
A delegada informou ainda que Gil Romero conta que foi ao galpão cerca de três horas depois, após terminar de acompanhar o inspetor e, no local, encontrou a jovem já sem vida. O suspeito diz ainda que a morte teria sido cometida por José Nilson e pelo homem ainda não identificado.
“Ele diz que se desesperou. Disse para que dessem um jeito na situação porque no dizer dele, a ordem que ele tinha dado para o José Nilson era para que eles dessem um ‘corretivo’ nessa jovem, para que ela parasse de dizer que estava grávida dele, porque ele era um homem casado. Disse ainda que pagou por esse ‘corretivo’ a quantia de R$ 500”, informou a delegada sobre o depoimento de Gil Romero.
Questionado sobre o possível paradeiro da criança, o delegado disse que a polícia ainda não tem respostas concretas e as investigações devem seguir para que cheguem ao terceiro suspeito e mais informações sobre o bebê.
Com informações do g1 Amazonas