Brasil tem 150 pré-candidaturas LGBTQIAPNs+, aponta levantamento

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População LGBTQIAPNs+ busca por direitos – (Tomaz Silva/Agência Brasil)

Redação – O “Programa Voto com Orgulho” divulgou o primeiro balanço parcial que mostra o número de pré-candidaturas a prefeito e a vereador LGBTQIAPNs+ para as eleições municipais de 2024 no Brasil. A iniciativa foi realizada pela Aliança Nacional LGBTI+ que iniciou o cadastramento dos nomes que pretendem disputar o processo eleitoral nas cidades brasileiras. 

O primeiro boletim de apuração parcial revela um total de 150  pré-candidaturas, sendo 132 pessoas LGBTI+ e 18 aliadas à causa. No Amazonas, apenas um pré-candidato a vereador se registrou. Trata-se de Dinho Moraes, filiado ao Partido Democrático Trabalhista (PDT), que disputará pela segunda vez um mandato na Câmara Municipal de Parintins. 

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Dinho Moraes irá concorrer ao cargo de vereador pela segunda vez em Parintins (Reprodução/Arquivo Pessoal)

O pré-candidato disse que por meio do processo eleitoral busca dar visibilidade e romper preconceitos que a comunidade LGBTQIAPN+ enfrenta. O foco também é chamar a atenção para as necessidades e particularidades enfrentadas diariamente pelo grupo. 

“A importância de ter uma candidatura LGBTQIAPN+ é justamente proporcionar uma  visibilidade ampliada para podermos  evidenciar nossas  particularidades e necessidades como:  saúde, educação, moradia e renda. De igual maneira, romper tabus e preconceitos que, ainda hoje, estão presentes em nosso cotidiano”, disse. 

Ocupar espaços de poder

A barreira do preconceito também existe nos seus próprios partidos políticos. Para Dinho, a dificuldade interna inviabiliza um projeto político da comunidade LGBTQIAPN+ nas legendas partidárias. 

“Um dos grandes desafios que a  comunidade enfrenta  são resistências dentro de muitos partidos políticos, na grande maioria carentes de maior democracia interna. Nós também temos dificuldades de operacionalizar campanhas eleitorais competitivas, principalmente quando comparado com candidaturas que dispõem de amplo acesso aos recursos públicos e outras fontes de financiamento que não são LGBTQIAPN+”, apontou Dinho.

Dados nacionais 

O estado de São Paulo é o que possui o maior número de pré-candidatos com 34, seguido do Rio de Janeiro com 22 e do Paraná com 14. Os estados de Minas Gerais e Pernambuco aparecem cada um com nove. 

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Iniciativa reúne várias entidades e organizações do movimento LGBTQIAPN+ – Reprodução/LGBTI

Já o Rio Grande do Sul conta com 10 pré-candidaturas e a Paraíba registra 6. Os estados da Bahia, Ceará e Santa Catarina, cada um, aparece com cinco. Os estados de Alagoas, Espírito Santo, Mato Grosso, Piauí e Rio Grande do Norte, cada um, registra quatro pré-candidaturas e o Maranhão aparece com três. Por fim, nos Estados do Pará, Goiás e Sergipe, cada um conta com duas pessoas pré-candidatas e Amazonas e Tocantins, cada um com apenas uma pré-candidatura.

Em relação a identidade de gênero das pessoas cadastradas 44% são mulheres, entre as 66 pré-candidatas, 28 são mulheres cis e 38 são mulheres trans e travestis; homens cis totalizam 69 pré-candidatos. O ranking mostra ainda um homem trans como pré-candidato e 14 pessoas não bináries. Das mulheres trans, três se declaram pessoas intersexo. Entre as pessoas não binárias, dois também se declararam intersexo.

No tocante a identidade sexual das pré-candidaturas identificamos 63 gays, 16 bissexuais, 17 lésbicas, seis pansexuais, dois assexuais, além de 46 pessoas heterossexuais – sendo destas: 29 mulheres trans, 15 pessoas cis aliadas, um homem trans e um pessoa não binária.

“Vamos apoiar todas as candidaturas LGBTI+ e Aliadas a causa, oferecendo suporte em relação a violência política, notícias falsas (fake News) e discursos de ódio contra as nossas candidaturas. O Voto com Orgulho é pluripartidário e se constitui como uma rede de cooperação e solidariedade para que as pessoas LGBTI+ e aliadas da causa possam oferecer seus nomes ao pleito eleitoral. Somos cidadãs e cidadãos que devem ter representação nos espaços públicos de poder.”, afirmou o presidente da Aliança Nacional LGBTI+, Toni Reis.

Reprodução Agência Cenarium

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