‘Abraçou a bruxaria e o satanismo’, afirma padre que relacionou enchentes no RS à religião

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O padre Paulo Santos, da Paróquia São Vicente de Paulo, em Nova Andradina (MS)

Redação – Um padre que atua no interior de Mato Grosso do Sul relacionou durante uma pregação aos fiéis a tragédia ambiental que atinge o Rio Grande do Sul à falta de fé e disse que o estado abraçou “a bruxaria e o satanismo”.

O padre Paulo Santos, 33 anos, da paróquia São Vicente de Paulo, em Nova Andradina (MS), afirmou ainda que o Rio Grande do Sul é o Estado “mais ateu” do País. As afirmações foram feitas ao lado de uma bandeira do estado durante a homilia na “Missa Solidária, em oração pelo Rio Grande do Sul”, ocorrida no último dia 8 na igreja. Procurado pela Folha, ele não comentou.

A tragédia já resultou em mais de 160 mortes, e 82 pessoas seguem desaparecidas, segundo a Defesa Civil. Pelo menos 222 cidades das 497 do estado ainda sofrem com falta de energia elétrica nesta quarta-feira, 22, devido às chuvas e enchentes que atingem o Rio Grande do Sul desde o dia 29 de abril.

O pároco afirmou, durante a homilia, que há sacerdotes e moradores desabrigados devido à tragédia provocada pelas chuvas e que a situação dos gaúchos é terrível, mas que faria um “alerta” a todos os presentes.

“O Rio Grande do Sul há muito tempo abraçou a bruxaria e o satanismo. Há muito tempo o meu povo tem se afastado de Deus. Deus não precisa mandar sofrimento para nossa vida porque ele não faz isso, mas nós mesmos às vezes buscamos na fragilidade humana coisas ruins para nós. Nós estamos aqui para rezar porque um povo que não está só fragilizado precisando de água e de comida, isso sem dúvida, muito importante, mas que agora está precisando também de força espiritual, porque perdeu a pouca que tinha”, afirmou.

O padre, segundo dados da Diocese de Naviraí, à qual Nova Andradina pertence, é natural de Porto Alegre e foi ordenado em agosto de 2021.

Em sua fala, o padre ainda disse aos católicos presentes à missa que é preciso “buscar a Deus enquanto podemos achar”. “Invocar o seu nome, o secularismo chegou ao Rio Grande do Sul, estado mais ateu da federação. Existem mais centros de macumba na cidade de Porto Alegre do que no estado da Bahia inteiro, inteiro.”

O pároco concluiu sua fala dizendo que é preciso buscar a Deus porque a fé é o que vai manter as pessoas de pé quando surgirem as adversidades, caso de chuvas, terremotos e alagamentos.

“O sofrimento existe, faz parte, a chuva, os terremotos, os alagamentos existem, em todos os lugares é assim. Mas o que vai determinar um povo ficar de pé ou prostrado na derrota é a fé.”

O padre foi procurado pela Folha nesta quarta-feira, 22, mas a secretaria da paróquia informou que ele está em viagem. Segundo a paróquia, a fala ocorreu durante uma homilia e, no momento, não há nada a declarar.

Nas redes sociais da paróquia, o padre tem sido apoiado por fiéis, que criticam quem tem feito críticas ao religioso e dizem, entre outros argumentos, que ele falou o que a Bíblia prega.

A Diocese de Naviraí, até o momento, também não comentou o caso.

(*) Com informações da Folhapress

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