Redação – Um estudo apontou que o mel produzido a partir das flores de árvores de açaizeiros possuem elevados níveis de antioxidantes, importantes substâncias para a manutenção da saúde humana. A espécie de abelhas responsável por essa produção é a Apis mellifera L., conhecida popularmente como “abelha africanizada”, que são encontradas em todo o Brasil, especialmente em áreas urbanas.
Divulgada pela Associação Brasileira de Estudos das Abelhas (Abelha), a pesquisa “Evaluation of the Bioactive Compounds of Apis mellifera Honey Obtained from the Açai (Euterpe oleracea) Floral Nectar” foi feita com material coletado nos municípios de Breu Branco e Santa Maria, no interior do Pará. O Estado é responsável por produzir 59% do mel da região Norte.
De acordo com os pesquisadores que integraram o grupo de estudo, o fenômeno ocorre devido à grande concentração de polifenóis e outros compostos bioativos presentes nos açaizeiros. “Os polifenóis atuam como antioxidantes, neutralizando os radicais livres, e podem ter propriedades anti-inflamatórias, anticancerígenas e cardioprotetoras”, explicou Nilton Muto, professor da Universidade Federal do Pará (UFPA).
O especialista integra o grupo de pesquisa, formado ainda por cientistas da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) e Universidade Federal do Maranhão (UFMA). Segundo Muto, essas substâncias também são encontradas em alimentos, e ocorrem naturalmente em pequenas quantidades em plantas e animais. Mesmo que não sejam tão essenciais à saúde humana quanto as vitaminas, elas podem influenciar em funções biológicas e processos metabólicos no organismo.
Os pesquisadores constataram, ainda, que o produto possui propriedades anti-inflamatórias, antibacterianas, antimicrobianas e antitumorais – o que deu início a uma nova pesquisa, ainda em produção.
Coloração escura
Essa concentração de compostos bioativos também está relacionada à coloração do mel, que se apresenta em tons mais escuros quando possuem altos níveis das substâncias. Os especialistas também destacam outros fatores que também podem interferir na cor, como processos de desumidificação e a maturação do produto.
“No caso do mel de açaí, ele fica escuro, quase totalmente negro, o que acaba se tornando um atrativo para o produto. (…) É um mel diferenciado. Acredito que será muito bem aceito pelo público em geral e facilmente incorporável na gastronomia”, afirmou Muto, destacando que o produto não é tão doce quanto os demais, e possui notas de café.
Reprodução Agência Cenarium