Redação – Um desbarrancamento de terra deixou uma família soterrada no bairro Redenção, na zona Centro-Oeste de Manaus, neste domingo, 19. Ao menos quatro pessoas estavam em uma das casas atingidas no momento do desastre. Equipes do Corpo de Bombeiros Militar do Amazonas (CBM-AM), da Defesa Civil e do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu), estão no local para prestar os primeiros socorros.
A dona de casa, Ângela Maria Moreira Amorim, mãe de uma das vítimas, relatou à CENARIUM o momento em que o desbarrancamento iniciou. Segundo a moradora, que estava em uma das casas atingidas, disse “olhei pra cima e o piso tremeu. Pulei da cama (…) e quando eu pulei pra fora a casa veio junto. Aí só ouvi o grito da minha nora, da mãe dela, por causa das crianças que ficaram lá nos no outro quarto, né? Uma ficou presa aqui, o outro ficou pra lá, outra pra lá. (…) não deu tempo não, não deu veio assim ó não deu tempo de nada. (…) Eu só quero que tire a minha, o meu genro e minha filha”, disse visivelmente emocionada.
Resgate
Um adolescente de 16 anos, identificado como Mateus Oliveira Amorim, foi resgatado com vida e encaminhado pelo Corpo de Bombeiros para o pronto-socorro mais próximo para receber os primeiros atendimentos. Além dele, horas depois, a mãe, Juliana Amorim, foi resgatada e encaminhada ao Hospital e Pronto Socorro Dr Aristóteles Platão Bezerra de Araújo. Segundos informações dos familiares, mais duas pessoas ainda continuam debaixo dos escombros, Jeferson Pereira Araújo (pai) e Ester Amorim (filha).
Operação de resgate
A operação de resgate conta com uma equipe multiprofissional no local. O desbarrancamento aconteceu após uma forte chuva que iniciou na noite deste sábado, 18, em Manaus.
Em entrevista à imprensa, o Subcomandante do CBM-AM, Coronel Borges, explicou que duas pessoas continuam desaparecidas, uma criança de oito anos e o pai dela. “Continuamos lá fazendo as escavações, é um trabalho minucioso, demorado, delicado. Vai ter que fazer revezamento de equipes, é um trabalho muito cansativo e não vamos arredar o pé até localizarmos esses dois”, afirmou.
O coronel ainda disse que será necessário a utilização de maquinários para dar continuidade às buscas, que o cenário é desolador. “Já está chegando o maquinário. Está chegando uma retroescavadeira também. É um cenário que é desolador, né? Mas estamos aqui pra dar pronta resposta pra sociedade amazonense”, disse o subcomandante.
Por meio de nota, a Secretaria Municipal de Segurança Pública e Defesa Social (Semseg), informou que está atuando de forma imediata no desabamento. Equipes da Defesa Civil, Secretaria Municipal de Saúde (Semsa), Secretaria Municipal de Infraestrutura (Seminf) e demais órgãos municipais seguem mobilizadas no local, prestando todo o suporte necessário às vítimas e suas famílias, além de dar continuidade às buscas por outras duas pessoas que permanecem desaparecidas.
O Corpo de Bombeiros Militar do Amazonas (CBMAM) informou que ao todo, 58 bombeiros, entre especialistas em resgate em estruturas colapsadas, salvamento e atendimentos de primeiros socorros, foram destacados para o local. Além disso, também atuam no local especialistas com cães de resgate da corporação.
A Secretaria de Estado de Saúde (SES-AM) informou que está atuando desde o começo da operação de salvamento e que as unidades de saúde do Estado estão organizadas para atender às necessidades das vítimas.
Áreas de risco
Manaus tem mais de 600 áreas de risco mapeadas. As áreas de risco são aquelas que têm probabilidade de sofrer efeitos adversos, como enchentes, deslizamentos e inundações.
As áreas estão principalmente localizadas nas zonas Norte e Leste da cidade, além das margens do rio. As ameaças nas áreas de risco são classificadas em baixo, médio, alto e muito alto. Para se preparar para eventuais emergências, a Defesa Civil do Amazonas orienta a população a buscar informações sobre medidas de segurança e prevenção.
Alguns sinais de instabilidade que indicam áreas de risco são: rachaduras no solo, degraus de abatimento, cicatriz de deslizamento, inclinação de postes e árvores, marcas d’água indicativa de inundação ou enxurrada.
Reprodução Revista Cenarium