Governo do AM torna contínuo comitê de ações contra mudanças climáticas

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Decreto foi assinado nesta segunda-feira durante coletiva (Alex Pazuello/Secom)

Redação – O governo do Amazonas assinou um decreto que torna permanente o Comitê de Enfrentamento à Estiagem e Eventos Climáticos, como medida de prevenção para emergências climáticas, dentre elas enchentes, estiagem e queimadas. O anúncio foi feito nesta segunda-feira, 27, pelo governador Wilson Lima, por meio de uma coletiva de imprensa na sede do Governo, no bairro Compensa, Zona Oeste de Manaus.

“O comitê é formado por secretarias, empresas e instituições estratégicas, cujas ações influenciam diretamente questões como a ajuda humanitária, o desenvolvimento de atividades econômicas e o enfrentamento de problemas ambientais, como queimadas e desmatamento, entre outros. Esse comitê será permanente e contará com o apoio de um comitê científico do Governo do Estado do Amazonas, liderado pela Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado do Amazonas (FAPEAM)”, explicou o governador.

A função desse comitê, segundo o governador, é fornecer orientações e sugestões fundamentadas, garantindo um direcionamento mais preciso e embasado. O objetivo é que as decisões tomadas sejam cada vez mais assertivas, com base no entendimento da comunidade científica.

Ainda durante a coletiva, o governador apresentou a destinação de investimentos, que, somados, chegam a R$ 42 milhões destinados para a mitigação dos efeitos da estiagem e outros eventos climáticos no Estado.

“R$ 21 milhões já estão disponíveis nos cofres do Estado do Amazonas, oriundos do Fundo Amazônia, para a aquisição de viaturas e também para a compra de equipamentos de proteção individual. Há, ainda, outro recurso, destinado anteriormente pelo Ministério da Justiça, no valor de R$ 21 milhões, para o qual já concluímos todos os processos de licitação e estamos na fase de contratação dessas viaturas. Em maio, receberemos 17 caminhões, que serão destinados a 15 municípios, onde montaremos brigadas permanentes”, esclareceu.

Lima explicou que mais cinco bombeiros militares irão integrar as brigadas formadas com o apoio dos municípios que, no ano passado, assinaram o termo de cooperação com o governo do Estado. As prefeituras também devem contribuir com recursos e equipes, sendo que parte desses profissionais já foi treinada pelo Corpo de Bombeiros, e aqueles que ainda não passaram por essa preparação serão capacitados.

“Além disso, o banco alemão KfW está disponibilizando R$ 3 milhões para a construção de dois novos quartéis destinados a abrigar essas brigadas: um em Boca do Acre e outro em Apuí. Os recursos já estão disponíveis, e, em duas semanas, serão apresentados os projetos arquitetônicos. Na sequência, o processo de licitação será iniciado, com a expectativa de que os quartéis sejam entregues no próximo ano”, concluiu.

O KfW também já liberou recursos para a contratação de 153 brigadistas, que começarão a ser contratados em junho. Eles devem atuar no combate às queimadas na região sul do Amazonas, fortalecendo as ações de prevenção e controle.

Cheia deve se manter na normalidade

O secretário da Defesa Civil do Amazonas, coronel Francisco Máximo, apresentou um cotagrama que mostra as métricas do comportamento do rio, com base na série histórica.

“Considerando uma série histórica e todas as suas métricas, observamos que o comportamento do rio está dentro de uma faixa que consideramos normal. Porém, é importante destacar que ‘normal’ não significa necessariamente seguro. A normalidade oferece apenas uma margem maior de segurança, mas não garante ausência de riscos”, pontuou.

No mês de janeiro, os dados são reais e absolutos. A partir de fevereiro, as projeções são feitas com base nas séries históricas. Segundo a Defesa Civil, caso essas tendências se mantenham, é possível afirmar que os níveis dos rios permanecerão dentro da faixa de normalidade. Contudo, essas previsões dependem das médias históricas e também incluem uma variável adicional: as condições meteorológicas.

“Se essas condições meteorológicas variarem — como indicam algumas previsões —, podemos ter duas possibilidades. A primeira é a ocorrência pontual de algumas enchentes, com aumento moderado dos níveis dos rios, afetando determinados municípios. A segunda possibilidade, ao sairmos da estação chuvosa e ingressarmos na estação seca, é enfrentarmos uma estiagem de intensidade fraca a moderada, atingindo algumas regiões do Estado. É importante ressaltar que essas projeções não são certezas absolutas, mas sim estimativas fundamentadas em dados passados”, enfatizou Máximo.

O secretário destacou ainda que o Estado está sob os efeitos do La Niña, mas que este fenômeno ainda não apresenta impactos significativos capazes de gerar volumes de precipitação superiores.

“É importante ressaltar que o La Niña está, sim, atuando, mas de forma muito discreta e com baixa intensidade, sem relevância significativa até o momento. Observamos também, com base nas previsões para os próximos trimestres, que ele começará a perder força gradualmente. Inclusive, até o final do ano, já existe a previsão de que o fenômeno entre em uma condição de neutralidade, enfraquecendo ainda mais suas influências”, ressaltou.

Reprodução Agência Cenarium

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