
Manaus/AM – Parintins viveu uma noite de festa e tradição neste sábado (21), com a realização de mais uma edição do Boi de Rua, tradicional evento do Boi Caprichoso. Pela primeira vez, o bumbá azul e branco levou às ruas dois cortejos simultâneos, com saídas nos bairros Palmares e Francesa – redutos do boi – reunindo milhares de torcedores.
Um grupo de torcedores saiu do ginásio Seo Jovem, no Palmares, e outro da Rua Sá Peixoto, na Francesa. Os dois grupos seguiram em clima de festa até se encontrarem na Avenida Amazonas. O trajeto passou por locais emblemáticos da história do boi.
Quem aguardava ansioso pelo início do cortejo, era Eudes Maciel, sua esposa e filhos, na frente do ginásio Seo Jovem. Eles estavam acompanhados de um boi Caprichoso que foi feito por ele, do tamanho das crianças. O boi, na verdade era uma caixa de cervejas feita por ele para o evento.
“Todo ano a gente cria expectativa pra cada pôr de rua que cada ano seja melhor. gente vem pra se divertir. Todo ano a gente bem. Eu e a família inteira. A geleira do Caprichoso, já tinha uns três anos que eu estava querendo fazer, mas eu nunca tive a oportunidade, porque o trabalho não deixava. Esse ano, eu criei e trouxemos pra brincar”, contou.
Criado nos moldes atuais em 2001, o Boi de Rua foi uma proposta do então presidente do Conselho de Artes, João do Carmo, o “Careca”, com o objetivo de resgatar uma tradição popular e devolver o boi ao seu povo.
Desde então, o cortejo se tornou um símbolo da ligação afetiva entre o Caprichoso e sua torcida.
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Na edição deste ano não foi diferente. Por onde passou, o cortejo foi recebido por torcedores e moradores do “lado” azul da ilha, que enfeitaram suas casas para receber o touro negro. O momento foi de emoção para quem brinca o boi desde a década passada, como é o caso da aposentada Maria Batista, de 83 anos.
“Nossa família é Caprichoso. É a herança que recebi dos meus pais e que passei para os meus filhos e netos”.
Para o presidente do Conselho de Artes do boi, Ericky Nakanome, o boi saiu para visitar seus baluartes.
“O Caprichoso tradicionalmente sai do seu berço, o Esconde, o Urubuzal, tantos nomes para um só canto, a Francesa. Esse ano a gente teve o privilégio de, em tempo de retomada, a gente sair também daqui do Palmares, o lugar onde eu moro, o lugar da rua dos artistas, da rua dos trabalhadores, ou seja, são essas pessoas que fizeram os artistas do Galpão, que se tornaram os bailarinos, os brincantes da tribo”, disse.
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A edição deste ano também contou com uma estrutura ampliada: dois trios elétricos, duas bandas, dois grupos de Marujada e itens individuais nos dois pontos de partida.
A multidão azulada seguiu animada até a Praça da Catedral de Nossa Senhora do Carmo, passou pela histórica Rua Cordovil e encerrou a noite no Anfiteatro Sila Marçal, na Praça dos Bois, onde aconteceu o grande encontro dos itens oficiais com o público.
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Com informações do g1 Amazonas