Influenciador do Amapá causa polêmica ao publicar vídeos comendo animais silvestres

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Nas redes sociais, a repercussão tem sido dividida (Fotos: Reprodução/Redes Sociais | Composição: Paulo Dutra/CENARIUM)
Nas redes sociais, a repercussão tem sido dividida (Fotos: Reprodução/Redes Sociais | Composição: Paulo Dutra/CENARIUM)

Manaus/AM – O influenciador digital do Amapá Mady Guerreiro, conhecido nas redes sociais por divulgar conteúdos sobre culinária amazônica, tem chamado a atenção e gerado polêmica ao publicar vídeos nos quais aparece preparando e consumindo animais silvestres. Mady acumula mais de 130 mil seguidores no Instagram, TikTok e Facebook, e tem sido alvo de críticas, assim como elogios, pelos vídeos publicados.

Alguns dos animais mortos e cozidos pelo influenciador, segundo os vídeos nas redes sociais, foram preguiça, paca, mucura, tatu, cutia, jabuti e arraia. De acordo com o influenciador, ele foi multado em R$ 38,5 mil pelo Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama). A CENARIUM questionou o órgão sobre o auto de infração contra o influenciador, mas não obteve retorno até a publicação desta matéria.

Os vídeos de Mady, que mora em Laranjal do Jari, no Sul do Amapá, mostram desde o preparo até o momento da refeição. Em uma das publicações, Mady Guerreiro corta, cozinha e come carne de tatu. Ele afirma, no vídeo, que ele e a família se alimentam da carne de caça por necessidade, e que ele sabia que muitas pessoas “marcariam o Ibama” nos comentários dos vídeos.

Como eu sei que tem muita gente que vai me criticar, vai ter gente que vai marcar o Ibama aqui. Eu acredito que esse tipo de pessoa nunca passou fome na vida. Porque, minha irmã, fome dói. Só quem já passou por isso sabe do que eu tô falando. E a gente só come carne de caça nos últimos casos, quando não tem nada pra comer realmente. Isso quando a gente consegue pegar um desse porque é difícil, minha irmã. Se eu tivesse como comer carne de boi e peixe todos os dias, eu juro pra vocês que eu não comia carne de caça“, disse no vídeo.

Mady Guerreiro ainda destaca, na gravação, que não tinha intenção de influenciar ninguém, apenas mostrar como é sua vida. “E eu quero deixar bem claro que eu não tô influenciando ninguém a fazer a mesma coisa que eu faço. Eu tô apenas mostrando como é a minha realidade aqui no interior”, declarou ainda.

Por fim, o influenciador se dirige a quem o critica, afirmando que poderiam fazer um Pix. “Eu tenho uma coisa a dizer pra essas pessoas maldosas que ficam comentando nos meus vídeos. Eu tô cagando pro teu comentário. E quem tá achando ruim é só mandar o dinheiro pro meu Pix todo mês, aí eu compro carne de boi e frango congelado. E se vocês que não acreditam que eu como carne de caça por necessidade, eu te convido pra te passar uma semana aqui na minha casa e tu me diz se eu como ou não por necessidade“, conclui ele.

Nas redes sociais, a repercussão tem sido dividida. Enquanto parte do público defende Mady, argumentando que ele apenas retrata costumes de populações tradicionais da região, outros o acusam de estimular a caça predatória com a publicação dos vídeos.

Bem não, o povo do interior não pode mais nem se alimentar?“, disse uma internauta sobre a multa que o influenciador afirmou ter recebido.

Entendam. Comunidades ribeirinhas podem caçar animais silvestres para se alimentar, assim como os indígenas. O que ocorre neste caso, é que o rapaz não o fez para se alimentar, fez para ganhar likes na internet. Se ele simplesmente queria se alimentar, não precisava postar. Pois a divulgação nas redes sociais pode estimular a caça ilegal. Espero ter ajudado!“, afirmou outra internauta.

Nessa quinta-feira, o influenciador mostrou um dos ataques que tem recebido nas redes sociais. Em uma das mensagens, enviada na plataforma Instagram, ele é xingado e chamado de “índio“. “Lembrem-se: ninguém tá na posição de julgar ninguém. Todos nós somos falheis [sic]. Todos erramos“, disse Mady Guerreiro.

Com informações da Agência Cenarium

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