
Redação – O juiz Fábio César de Souza, da 1ª Vara do Tribunal do Júri de Manaus, aceitou nesta quarta-feira (10) a denúncia do MP-AM (Ministério Público do Amazonas) contra Robson Silva Nava Júnior e Bruno da Silva Gomes. A dupla é acusada de matar o jovem palestino Mohammad Manasrah e de tentar matar Ismail Manasrah no dia 8 de fevereiro deste ano após uma discussão em uma boate.
Fábio afirmou que as provas colhidas até o momento são suficientes para considerar a possibilidade de serem Bruno e Robson os “verdadeiros autores do delito”. “No que diz respeito aos indícios de autoria, o acervo probatório converge de maneira suficiente para os acusados, justificando a submissão de ambos ao julgamento pelo Tribunal do Júri”, diz trecho da decisão.
O juiz também manteve a prisão preventiva de Bruno, que está na cadeia desde o dia 13 de fevereiro deste ano, por considerar que ele pode ameaçar Ismail e a testemunha que o aponta como autor dos crimes. Além disso, o magistrado afirmou que a liberdade dele poderia gerar sensação de impunidade e representar risco a qualquer pessoa que despertasse sua fúria.
Robson está foragido desde fevereiro deste ano, mas, nesse período, constituiu uma advogada para defendê-lo. Ele consta na lista de procurados da Polícia Civil do Amazonas e possui dois mandados em aberto: um de prisão temporária, expedido pela Central de Plantão Criminal, e outro de prisão preventiva, pela 1ª Vara do Tribunal do Júri.
De acordo com a denúncia, o crime ocorreu por volta das 2h, em via pública, na Rua Rio Içá, em frente à casa noturna Rox Club e Lounge, no bairro Nossa Senhora das Graças, zona centro-sul de Manaus. Pouco antes, dentro da boate, a dupla havia se desentendido com o grupo dos irmãos após Bruno impedir que Ismail se aproximasse de Mohammad para pagar a conta.
Após saírem do estabelecimento, o grupo foi abordado por Bruno e Robson — o Ministério Público afirma que Robson iniciou uma conversa “pacífica” para distraí-los enquanto Bruno, que estava escondido entre os carros, os atacou com o gargalo. Mohammad foi morto com um golpe no pescoço. Ismail também sofreu ferimentos graves no rosto e nas costas ao tentar proteger o irmão.
Ao pronunciar Robson e Bruno, o juiz acolheu as qualificadoras de motivo fútil e de traição e recurso que dificultou a defesa das vítimas, imputadas pelo Ministério Público. Para ele, a motivação do crime (discussão) foi “inadequada e desproporcional”, e há possibilidade de a dupla ter agido de uma forma que impediu que Mohammad e o irmão de se defenderem.
Reprodução Amazonas Atual
