
Redação – Sete pessoas ficaram feridas após ataques de piranhas no balneário do Miriti, em Manacapuru, no interior do Amazonas, no domingo (26). Entre as vítimas está um bebê de 7 meses, que teve parte de um dos dedos do pé arrancada durante um dos ataques, registrados ainda pela manhã.
De acordo com o Corpo de Bombeiros, os casos ocorreram ao longo do dia, enquanto banhistas aproveitavam o rio.
“A criança foi atacada pela manhã. Os bombeiros de plantão prestaram os primeiros atendimentos aos pais, mas os responsáveis decidiram levar o bebê por conta própria a um hospital. Já à tarde, nossas equipes realizaram novos atendimentos e curativos, além de orientar os banhistas presentes no local”, informou o sargento Smithcley, do Corpo de Bombeiros.
As equipes que faziam a segurança aquática no local prestaram os primeiros atendimentos e orientaram o público a evitar as áreas mais afastadas da praia, onde os ataques foram mais intensos.
“Queremos ressaltar para a população que está indo ao Miriti que evite entrar na água quando estiver com ferimentos e também não jogue alimentos no rio. Caso ocorram novos ataques, os banhistas devem sair da água e não retornar no mesmo dia”, disse o sargento.
Pescadores da região afirmam que o comportamento agressivo das piranhas pode estar ligado ao período de reprodução, comum nesta época de vazante dos rios. Durante essa fase, os peixes se aproximam das margens para desovar e se tornam mais violentos na defesa dos ninhos.
Outro fator que pode atrair os cardumes é o descarte de restos de comida na água, prática comum entre frequentadores e estabelecimentos próximos ao balneário.
A Prefeitura de Manacapuru recomendou que os banhistas evitem o balneário nos próximos dias, até que o cardume se afaste da região.
Ataques
De acordo com os banhistas, os ataques aconteceram em pontos mais afastados da praia, onde o rio é mais profundo. Após prestar os primeiros socorros, os bombeiros reforçaram as orientações para que o público evite nadar nesses trechos.
O biólogo e especialista em ecologia aquática Edinbergh Caldas Oliveira explicou que o comportamento relatado é comum entre as espécies de piranha.
Segundo ele, os peixes fazem ninhos e defendem o território, e a agitação da água, a urina e o descarte de alimentos podem atrair piranhas e outras espécies para perto dos banhistas.
“Na realidade, são acidentes causados pelo próprio homem, que altera os ambientes naturais. As piranhas agem por defesa instintiva e costumam dar uma mordida de advertência para o invasor sair da água”, explicou o biólogo.
Ele reforçou que não se trata de ataques direcionados.
“Se fosse um ataque, seria muito mais grave e motivado por outra razão”, completou.
Fonte: G1 Globo
