‘Cansei de esperar as tais medidas compensatórias’, diz governador do Amapá na COP30

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Foto: Reprodução/Consórcio Amazônia Legal no Facebook

Redação – MANAUS (AM) – O governador do Estado do Amapá, Clésio Luís (Solidariedade), afirmou à CENARIUM, nessa segunda-feira, 10, ter “cansado” de esperar por medidas compensatórias de projetos como de criação de unidades de conservação e não acreditar que os recursos prometidos durante a Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (COP30) sejam direcionados para atender as necessidades reais dos povos amazônidas. A declaração ocorreu no primeiro dia da Conferência, em Belém (PA).

O governador citou o exemplo do Amapá, que, segundo ele, tem os melhores indicadores ambientais do Brasil, mas ainda possui uma parte da população na pobreza. “Toda vez que criavam uma nova unidade de conservação, e eu sou a favor da criação delas, não nos apontava uma alternativa econômica para aquelas comunidades que ficavam ali engessadas. ‘Ah, mas virão medidas compensatórias’. Quais? Elas nunca vieram”, disse Clésio Luís.

Para o governador, os debates internacionais e os fundos anunciados para financiar ações ambientais não têm se traduzido em investimentos reais nas necessidades básicas dos amazônidas.

“O que nós estamos propondo são negócios sustentáveis, investimentos dentro de um parâmetro de empreendedorismo, porque eu não acredito que a partir da COP, ou dos fundos que foram anunciados, se coloquem recursos para o que nós precisamos”, declarou Clésio.

Governador do Amazonas
O governador do Amazonas, Wilson Lima (União), que também está presente na Conferência do Clima, apresentou, nessa segunda-feira, 10, a proposta que reúne 21 projetos de créditos de carbono para unidades de conservação estaduais, que devem gerar recursos na ordem de R$ 390 milhões em 30 anos.

De acordo com Lima, no total, serão 21 projetos de Redução de Emissões por Desmatamento e Degradação Florestal (REDD+) no Amazonas, que devem gerar recursos em crédito de carbono em torno de R$ 390 milhões, em um período de 30 anos, dos quais 50% deverão ser revertidos em programas socioambientais, de bioeconomia e transição energética justa, por exemplo, e os outros 50% farão parte de um fundo estadual de mudança do clima, que será gerido pelo Banco Mundial.

Foto: Diego Peres/Secom

“Estamos assinando um desses contratos, hoje, que já passou por esse processo de consulta nessa comunidade. É uma comunidade ali no município de Apuí, no Parque Estadual do Sucunduri. Nós temos 21 projetos aprovados que a gente passa também a fazer o trabalho de consulta pública às comunidades na sequência”, afirmou o governador.

Fonte: AGÊNCIA CENARIUM

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