Eleitores de Manaus rejeitam nomes ligados a Lula e Bolsonaro nas eleições de 2026

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Foto: Fotos: Bruno Peres/Agência Brasil; Ton Molina/STF

Redação – MANAUS (AM) – Uma pesquisa realizada pela Perspectiva Mercado e Opinião, entre 1º e 3 de dezembro, indica que o eleitorado de Manaus procura um caminho político fora da polarização entre Lula (PT) e Jair Bolsonaro (PL). O levantamento mostra que 31% dos entrevistados consideram que “o melhor cenário” para o País, em 2026, é a vitória de um candidato não associado a nenhum dos dois campos. Essa preferência pode alterar o ambiente político no Amazonas, onde o senador Omar Aziz (PSD), apoiado pelo petista, é pré-candidato ao governo do Estado.

Além dos 31% que rejeitam candidatos relacionados aos dois nomes, 19% preferem um nome apoiado pelo ex-presidente Jair Bolsonaro, enquanto 16% avaliam que o ideal seria a reeleição de Lula. Já 14% apontam como melhor desfecho um retorno de Bolsonaro, caso volte a ser elegível.

A pesquisa também mostra que 13% desejam alguém completamente de fora da política, reforçando o desgaste com lideranças tradicionais, e 5% não souberam ou preferiram não responder. Dos entrevistados, 2% afirmaram que o melhor para o País é a vitória de um candidato apoiado por Lula.

Foto: Reprodução/ Perspectiva Mercado e Opinião

O publicitário Durango Duarte, CEO da Perspectiva, afirmou, em entrevista a um veículo de comunicação local, que o interior do Estado segue sendo determinante na estruturação das disputas, mas ressaltou que a polarização nacional não tem o mesmo apelo de ciclos anteriores. Segundo o publicitário, a combinação desses fatores mostra que a tendência do eleitor amazonense é evitar repetir arranjos políticos associados à polarização ou à concentração de poder.

“Os números de hoje mostram que eleitores querem distância de disputas que reproduzem conflitos nacionais”, afirmou, ao comentar a dimensão dos dados que apontam para a preferência majoritária por uma alternativa que não esteja vinculada nem ao lulismo nem ao bolsonarismo.

Foto: Ricardo Stuckert/PR

Duarte também declarou ainda acreditar em segundo turno na disputa para o governo do Estado em 2026. O publicitário observou que a entrada de outras siglas tende a ampliar o número de candidaturas. “Haverão seis candidatos no mínimo”, acredita, citando, além dos postulantes centrais, partidos que devem lançar nomes para assegurar tempo de televisão e visibilidade política.

O levantamento realizou 1 mil entrevistas. A margem de erro é de 3,1%, para mais ou para menos, com um grau de confiabilidade de 95,0%. Isso significa que se fossem feitas 100 entrevistas com a mesma metodologia, 95 estariam dentro da margem de erro prevista.

Manaus segue de direita, aponta levantamento
Os dados da Perspectiva mostram que a capital amazonense segue predominantemente alinhada à direita, somando 41% dos entrevistados entre direita não bolsonarista e bolsonarista. Ao analisar esses percentuais, Durango destacou que essa configuração se mantém estável desde pesquisas anteriores. “Se você pegar a direita bolsonarista com a não bolsonarista, dá 41% contra 22% da esquerda”, disse.

A sondagem apontou que 35% dos entrevistados se definem como independentes na escala de posições políticas, revelando um público que não se identifica nem com a esquerda nem com a direita tradicionais. Entre os polos ideológicos, 27% afirmam pertencer à direita bolsonarista, enquanto 14% se colocam na direita não bolsonarista. Do outro lado, 17% se consideram de esquerda lulista e 5% de esquerda não lulista. Do total, 3% dos participantes disseram não saber ou preferiram não responder.

Foto: Reprodução/ Perspectiva Mercado e Opinião

O publicitário observou que essa predominância se reflete não apenas na identificação ideológica, mas também nas escolhas eleitorais feitas na capital. Para ele, essa diferença numérica ajuda a explicar por que determinados movimentos políticos têm mais tração em Manaus. “Manaus continua sendo uma cidade com o perfil mais conservador”, afirmou.

Durango explicou, ainda, que esse comportamento se sustenta mesmo em cenários de insatisfação com a atual gestão municipal, o que demonstra que a configuração ideológica não está necessariamente vinculada à avaliação administrativa. “O desempenho do [prefeito de Manaus] Davi Almeida hoje no interior é melhor do que na capital, mas o perfil de Manaus segue o mesmo”, comentou.

Segundo ele, esse recorte é decisivo para compreender como os eleitores da capital formam suas preferências. “Os números mostram que a cidade mantém sua identidade ideológica, independentemente da disputa nacional”, afirmou, atribuindo à composição política de Manaus um papel determinante na eleição estadual.

Sem concentração de poder
O levantamento também apresenta um retrato da percepção do eleitor sobre a administração municipal, especialmente no impacto do prefeito David Almeida no ambiente político estadual. A pesquisa aponta que 70% dos entrevistados não votariam em uma chapa que unisse Davi Almeida e Renato Júnior no governo do Estado, além de 75% rejeitarem a ideia de que um único grupo político controle simultaneamente a Prefeitura de Manaus e o governo estadual.

“Setenta e cinco por cento disseram que não é bom para o Amazonas um único grupo dominar o governo e a prefeitura de Manaus”, afirmou Durango. O publicitário comentou ainda a situação do atual prefeito no cenário para 2026.

“A situação dele é a mais difícil da história da política amazonense; a rejeição dele é da ordem de 60%”, comentou. Duarte reforça que o problema é mais estrutural do que momentâneo. “Quem tem mais de 45% de rejeição não ganha eleição em nenhum local do Brasil; nunca houve isso”, afirmou. Ele acrescenta que a dificuldade se acentua em razão dos episódios acumulados ao longo da gestão. “Me diga um fato positivo em onze meses; eu te dou trinta negativos”, declarou.

Fonte: Agência Cenarium

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