Morre aos 81 anos o ventríloquo Oscarino Farias Varjão

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Uma perda irreparável. É com este sentimento que familiares, amigos e fãs se despediram na manhã desta segunda-feira (16) do ventríloquo Oscarino Farias Varjão, de 81 anos, criador do boneco Peteleco, que morreu nesse domingo (15) em Manaus. O velório começou por volta das 8h no Palácio do Rio Negro, no Centro de Manaus. O enterro está previsto para acontecer às 16h no Cemitério São João Batista, na Zona Centro-Sul.

Muito emocionado, o filho caçula do artista, Rafael Rodrigo, de 31 anos, comentou que desde sexta-feira (13) a família estava acompanhando Oscarino, que estava internado no Hospital e Pronto-Socorro 28 de Agosto em decorrência de um câncer de estômago. Ontem (15), ele sofreu uma parada cardiorrespiratória. Segundo Rafael, o estado de saúde do ventríloquo piorou muito nesse domingo (15).

“Não saímos de perto dele desde que foi internado na sexta. Ele ficou muito ruim no domingo. Desde lá foi entubado e não conseguimos falar mais com ele. Naquele momento fiz uma postagem nas redes sociais, contei o que estava acontecendo e pedi orações. Por volta das 20h, soubemos da morte dele”, comentou o filho.

Oscarino deixa pelo menos 12 filhos de dois casamentos. No seio familiar, conforme familiares, o artista era um exemplo de honestidade e dedicação. “O papai fora dos palcos era muito dedicado à família. Colocava sempre a gente no primeiro lugar. Todo o dinheiro que ele ganhava nos shows era para ser investido em nós, o valor dele era a honestidade”, destacou.

Agora, o destino do boneco Peteleco, que é Patrimônio Cultural e Imaterial do Amazonas, será decidido pela família do artista. “Um dos medos do meu pai era que a gente abandonasse o Peteleco quando ele morresse, mas jamais vamos fazer isso. O meu pai me pediu que eu cuidasse do boneco, a SEC (Secretaria de Estado de Cultura) entrou em contato com a gente para fazer uma exposição, mas vou esperar tudo isso se alcançar. O Peteleco faz parte da nossa família”, completou.

Segundo a SEC, a última apresentação de Oscarino com Peteleco ocorreu ano passado, em 15 de outubro de 2017, em uma programação especial para as crianças no Largo do São Sebastião, no Centro de Manaus.

Influência 

A escritora amazonense, Ana Peixoto, afirmou que se inspirou na trajetória de Oscarino para iniciar a carreira. “Ele sempre foi o meu ídolo. Com o passar do tempo, começamos a entrelaçar os nossos laços. Era uma pessoa do bem e pensava sempre em melhorar. Fico com saudade por perder essa pessoa, que transmitia alegria”, lamentou a artista.

Segundo Ana, o trabalho do ventríloquo no Amazonas marcou gerações. “O Oscarino criou gerações. Vários artistas surgiram a partir do trabalho dele. Eu entrei pelo lado da literatura, mas o trabalho dele foi muito marcante. Vai deixar muita saudade”, acrescentou a escritora, emocionada.

Fãs lamentam nas redes sociais

Muitos amazonenses utilizaram as redes sociais para lamentar a perda do ventríloquo. No Facebook, uma leitora do Portal A Crítica demonstrou tristeza com a morte de Oscarino. “Fez parte da minha infância.. Nos arraias e festas infantis, o Peteleco era presença constante.. Oscarino, ainda estava em atividade, uma grande perda!”, disse a leitora.

Outro leitor também lembrou que Oscarino e Peteleco marcaram a infância de muitos amazonenses. “Peteleco era engraçado… hj vai com toda sua alegria ser recebido pelos braços do Pai. RIP Oscarino!! Obgdo p ter-nos feito felizes na nossa infância!!!”, completou.

Oscarino e Peteleco

Com muita ousadia, Oscarino Varjão criou Peteleco, com quem se apresentou durante 61 anos em Manaus e no país inteiro. Peteleco é o único boneco negro do Brasil, uma homenagem ao pai de Oscarino, que também era negro. O boneco foi reconhecido como Patrimônio Cultural Imaterial do Amazonas, pois ainda animava os palcos de diferentes faixas etárias.

História

Nascido no Paraná do Xiborena, Rio Solimões, Amazonas, em maio de 1937, Oscarino Farias Varjão começou a carreira de ventríloquo em 1953, com o boneco Chiquinho, em Manaus. Em 1957, aos vinte anos de idade, criou o boneco Peteleco.

Reconhecido como um dos grandes mestres de sua arte, principalmente pela habilidade de se expressar sem mexer a boca, Oscarino chegou a se apresentar em programa de TV nacional, no ano 2000.

Fonte: A Critica

Foto: Internet

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