As ruas de Caracas foram tomadas por confrontos nesta terça-feira (30), horas após o presidente autoproclamado, Juan Guaidó, convocar a população a se manifestar contra o regime de Nicolás Maduro e anunciar o apoio de militares para pôr “fim à usurpação” na Venezuela.
O governo acusa os oposicionistas de tentativa de golpe e diz ter lealdade dos militares. Maduro também convocou a população que o apoia para as ruas. “Venceremos”, tuitou.
Por volta de 12h, grupos de manifestantes tentavam entrar na base aérea Generelísimo Francisco de Miranda, conhecida como “La Carlota”. O local foi escolhido como ponto de apoio a Guaidó, mas não era controlado por militares que o apoiam até o início desta tarde.
Manifestantes tentavam entrar na base, mas militares respondiam com disparos de bombas de gás. Carros blindados da polícia também avançavam sobre manifestantes. Um dos veículos chegou a acelerar sobre a multidão, atropelando pessoas e provocando correria que derrubou mais gente perto da La Carlota.
Logo após o carro avançar, uma chama podia ser vista sobre o veículo. Não era possível identificar, no entanto, de onde partiu o fogo.
Nas ruas, mais cedo, militares já haviam disparados bombas contra manifestantes. De acordo com a rede de televisão estatal Telesur, policiais tentaram dispersar com gás lacrimogêneo aqueles considerados “golpistas”.
Crise na Venezuela
A tentativa de derrubar o regime de Nicolás Maduro é o mais recente capítulo na profunda crise política da Venezuela. Há mais de 15 anos, a Venezuela enfrenta uma crescente crise política, econômica e social.
O país vive agora um colapso econômico e humanitário, com inflação acima de 1.000.000% e milhares de venezuelanos fugindo para outras partes da América Latina e do mundo.
Neste mês, diversas interrupções no fornecimento de energia e água ameaçaram uma catástrofe sanitária. A ONG norte-americana Human Rights Watch disse que a saúde do país está sob “emergência humanitária complexa”.
Fonte: G1