Em reunião no domingo (9), na residência oficial do presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ), líderes partidários calcularam que o relatório do deputado Samuel Moreira (PSDB-SP) sobre a reforma da Previdência, já com todas as mudanças acordadas com os parlamentares, deve garantir uma economia entre R$ 900 bilhões a R$ 1 trilhão.
Entre as mudanças acordadas na reunião, estão a retirada da reforma das alterações no Benefício de Prestação Continuada (BPC) — pago a idosos de baixa renda e a pessoas com deficiência — e na aposentadoria rural. A desconstitucionalização de alguns pontos que tratam da aposentadoria também sairá do texto.
Descontados esses itens da proposta do governo de Jair Bolsonaro (R$ 92,4 bilhões da aposentadoria rural e R$ 34,8 bilhões do BPC), a economia potencial da PEC poderia ficar em R$ 1,109 trilhão.
Soma-se a isso a possibilidade de mudanças no abono salarial. O relator sinalizou na reunião que deve possibilitar o pagamento do benefício a quem recebe até 1,4 salário mínimo. A proposta original restringia para 1 salário. A previsão de economia com as mudanças no pagamento do abono era de R$ 169,4 bilhões.
“Meu sentimento é de que a reforma vai ser aprovada no início de julho. É uma oportunidade de o Congresso se reencontrar com a sociedade. Naturalmente, alguns ajustes serão feitos, mas deve manter entre R$ 900 bilhões e R$ 1 trilhão”, disse o deputado Silvio Costa Filho, vice-presidente da comissão especial da Previdência.
Sobre a capitalização, a maioria dos líderes também defendeu a retirada do tema da reforma. Os líderes, contudo, decidiram esperar nova conversa com governadores, prevista para esta terça-feira (11), para a definição do tema.
Tem quem defenda deixar clara a contribuição patronal no caso da manutenção do novo regime de aposentadoria. Apesar disso, Rodrigo Maia foi enfático na reunião.
“Conversei com Guedes. Perguntei para ele: entre capitalização e economia, o que prefere? Ele respondeu: economia, sem dúvida”, disse o presidente da Câmara.
Fonte: G1