Papa denuncia ‘arquitetura hostil’ contra mais pobres

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O papa Francisco condenou, nesta quinta-feira (12), que os pobres sejam tratados como lixo e denunciou a “arquitetura hostil” contra essa camada da população, em uma mensagem que será pronunciada na Jornada Mundial dos Pobres que acontece em novembro.

“Passam-se os séculos, mas a condição de ricos e pobres se mantém inalterada, como se a experiência da história não nos tivesse ensinado nada”, disse o pontífice, ao analisar a “desigualdade” que reina nas sociedades modernas.

É preciso nomear as novas formas de escravidão, disse ele.

Sensível ao tema, o sumo pontífice mencionou, entre esses novos escravos, os imigrantes, os órfãos, os desempregados, as prostitutas, os dependentes químicos, os marginalizados e as vítimas de violência.

“Chegou-se ao ponto de teorizar e construir uma arquitetura hostil para se desfazer de sua presença, inclusive nas ruas, últimos lugares de acolhida”, afirmou.

São pessoas tratadas como lixo, disse, e não há sentimento de culpa por parte dos cúmplices do que ele qualificou como um escândalo.

“Aos pobres não se perdoa sequer sua pobreza”, completa o papa, que também condena “a crueldade mediante a violência da arbitrariedade”.

Núncios não podem ter blogs

O papa Francisco também exigiu dos núncios (uma espécie de embaixador do papa) e diplomatas do Vaticano que sejam leais e austeros, em um decálogo entregue nesta quinta-feira aos representantes pontifícios em todo o mundo.

“É feio ver um núncio que busca o luxo, os trajes e os objetos de marca em meio a pessoas sem o básico. É um contra-testemunho. A maior honra para um homem da Igreja é ser o ‘servo de todos'”, afirmou.

Ele proibiu que tenham blogs ou se unam a grupos hostis a ele, à Cúria e à Igreja de Roma.

A medida é uma menção indireta ao escândalo provocado pelo ex-núncio nos Estados Unidos Carlo Maria Viganó, que chegou a pedir, no ano passado, ao lado de outras lideranças católicas ultraconservadoras, a renúncia do papa por acobertar abusos sexuais na Igreja.

O pontífice reitera também que um diplomata do Vaticano “não pode cair em fofocas e calúnias”, algo bastante comum por trás dos muros da Santa Sé.

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