Chefe de polícia da Cidade do México sofre atentado e acusa cartel

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Em um ataque com dezenas de homens armados, García Harfuch foi baleado, e dois de seus seguranças morreram.

SÃO PAULO, SP (FOLHHAPRESS) – O chefe de polícia da Cidade do México, Omar García Harfuch, sofreu um atentado nesta sexta-feira (26) em um bairro luxuoso da capital mexicana. Em um ataque com dezenas de homens armados, García Harfuch foi baleado, e dois de seus seguranças morreram.
A ação aconteceu por volta das 6h30, no horário local, em Lomas de Chapultepec, área nobre onde estão localizadas diversas residências de embaixadores. Uma mulher que passava de carro pelo local, em direção ao trabalho, também foi morta.
Após ser hospitalizado, o chefe de Segurança Pública da cidade responsabilizou o Cartel de Jalisco Nova Geração (CJNG) pela tentativa de assassinato. Segundo autoridades, o grupo é um dos mais violentos e com maior presença no país.
“Nesta manhã, fomos covardemente atacados pelo CJNG. Dois colegas e amigos meus perderam a vida, tenho três ferimentos de bala e diversas marcas causadas por estilhaços”, publicou García Harfuch no Twitter.
Imagens divulgadas por uma rede de TV local mostram o momento em que o carro blindado do chefe da polícia é bloqueado por um caminhão branco, do qual saem cerca de 20 homens que abrem fogo com armas de cano longo. Outras pessoas permanecem no veículo e também atiram contra Garcia Harfuch.
Autoridades da Cidade do México disseram ter recuperado algumas das armas na cena do crime, e a prefeita da capital, Claudia Sheinbaum, anunciou a prisão de 12 suspeitos.
Ela lembrou que Garcia Harfuch participou de “detenções importantes envolvendo membros da delinquência organizada”. “Mas não se sabe se o ataque de hoje está relacionado com essas prisões.”
Sem apontar um grupo específico, o presidente Andrés Manuel López Obrador afirmou “não ter dúvidas” de que o ataque tem a ver com o trabalho das instituições de segurança na capital e em todo o país.
A luta contra o narcotráfico no México se intensificou em 2006, no início da Presidência do conservador Felipe Calderón (2006-2012), que decidiu enfrentar os cartéis com o uso das Forças Armadas.
O resultado foi um banho de sangue, com cerca de 80 mil mortos, a criação de milícias civis no interior e a cooptação por suborno de vários oficiais pelos narcotraficantes.
Já seu sucessor, Enrique Peña Nieto (2012-2018), do tradicional PRI (Partido Revolucionário Institucional), apostou em uma política de captura dos barões da droga e na associação, nos estados, a algumas dessas milícias de cidadãos, as “autodefesas”.
Para o atual presidente, os esforços devem ser concentrados em desvelar, por meio de inteligência, toda a estrutura dos cartéis, a localização de seus recursos financeiros e propriedades, e não em perseguir os chefes do narcotráfico.
Na região metropolitana da capital, operam cerca de seis grupos do crime organizado, incluindo o CJNG, afirmou o Secretário de Defesa Nacional, Luis Crescencio Sandoval, nesta quinta-feira.
Mas, apesar da crescente violência que atinge o México há mais de uma década, a capital permanece relativamente calma em comparação a outras áreas do país, onde o crime organizado tem ampla influência e atua com maior impunidade.

(*) Com informações do Folhapress

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