Depois do AM, outros estados brasileiros enfrentam momento crítico da pandemia com hospitais lotados

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Foto: Reprodução.

A taxa de transmissão (Rt) da covid-19 no Brasil aumentou significativamente em relação às duas últimas semanas, segundo dados divulgados semanalmente pela Imperial College, de Londres. A Rt passou de 1,02 e 1,03 para 1,13 (podendo variar entre 1,10 e 1,15) – o que significa dizer que 100 pessoas infectadas contaminam outras 113. Devido a isso o sistema público de saúde de alguns estados brasileiros começa a entrar em colapso assim com aconteceu com o Amazonas no início do ano.

Em janeiro, o Amazonas enfrentou o pico da segunda onda da pandemia e unidades de saúde tanto públicas quanto privadas enfrentaram dificuldades para receber o oxigênio hospitalar contratado das fornecedoras locais além da superlotação de leitos. Agora após medidas severas de isolamento tomadas pelo governo do Estado, o Amazonas está melhorando a situação.

Pelo menos quatro grandes hospitais privados da capital paulista – Einstein, Oswaldo Cruz, BP e São Camilo, afirmam que atingiram nos últimos dias 100% de ocupação de Unidade de Terapia Intensiva (UTI) para internados com covid-19. Com isso, já trabalham na abertura de novos leitos. Ao contrário da Prevent Senior que decidiu suspender as cirurgias eletivas para evitar superlotação, as unidades consultadas afirmam que continuam realizando os procedimentos considerados de não emergência.

Mais cedo, o governador de São Paulo, João Doria, havia dito que esta é a “pior semana da pandemia”. O recorde anterior de mortes em 24 horas no estado era de 455, registrado em 13 de agosto de 2020. “Entramos na pior semana da covid-19 da história da pandemia desde 26 de fevereiro. Isso não apenas em São Paulo, os demais estados também. Eu tenho falado com governadores de outros estados, há uma preocupação generalizada dos secretários de Saúde”, afirmou o governador, em evento de lançamento de novos pontos de vacinação drive-thru na capital paulista.

Doria não descartou a adoção de medidas mais restritivas para conter o avanço da pandemia. “Não se descarta nenhuma medida desde que elas sejam embasadas pela ciência e pela saúde”, disse.

O Hospital Moinhos de Vento, o maior da rede privada de Porto Alegre (RS), vive um verdadeiro cenário de guerra, em meio à explosão de internações de pacientes com covid-19. Com o número de mortes também aumentando, a instituição vai contratar um contêiner para acomodar as vítimas da doença, segundo disse hoje o superintendente médico Luiz Antônio Nasi.

“A nossa lista da morgue ultrapassou ontem [1º] a capacidade de acomodar as pessoas que faleceram dentro do hospital. Estamos contratando um contêiner para poder colocar as vítimas. A rede pública também vive o mesmo drama da superlotação, da lotação das UTIs [Unidades de Terapia Intensiva]”, relatou Nasi em entrevista à GloboNews.

Rio Grande do Sul também registrou hoje o maior balanço diário de mortes causadas pela covid-19 e está a beira de um colapso no sistema de saúde, com 185 óbitos confirmados nas últimas 24 horas, segundo dados da Secretaria Estadual de Saúde. O recorde anterior era de 144 mortes, alcançado em 29 de dezembro de 2020.

Desde o último sábado (27), o estado inteiro está em bandeira preta no plano de distanciamento controlado. A classificação prevê fechamento do comércio não essencial, proibição de permanência nas orlas das praias, suspensão das aulas presenciais e outras medidas restritivas.

Em três cidades de Santa Catarina, ao menos 20 pessoas morreram enquanto aguardavam transferência para leitos de UTI (Unidade de Tratamento Intensivo) voltados para o tratamento da covid-19. As mortes foram registradas entre 21 de fevereiro e hoje. O estado começou hoje a levar pacientes para o Espírito Santo devido à falta de leitos especializados.

Uma semana após atingir 250 mil mortes, o Brasil registrou hoje mais duas tristes marcas: o maior número de óbitos de toda a pandemia e a maior média móvel de mortes. Foram 1.726 mortes nas últimas 24 horas, superando assim o recorde anterior de 1.582 óbitos em uma dia, na última quinta-feira (25). O levantamento é do consórcio de veículos de imprensa do qual o UOL faz parte, com base nos dados fornecidos pelas secretarias estaduais de saúde.


Fonte: Am Post

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