BRASÍLIA – A cúpula da CPI da Pandemia considera que a sugestão de um ‘gabinete das sombras’ feita por médicos ao presidente Jair Bolsonaro, durante reunião que ocorreu em setembro do ano passado, comprova a existência de um aconselhamento alternativo sobre saúde no Palácio do Planalto. Para o presidente do colegiado, Omar Aziz (PSD-AM), a hipótese do gabinete paralelo foi levantada pelos senadores e já está provada. O relator Renan Calheiros (MDB-AL) chamou o grupo de ‘Ministério da Doença’.
“Esse é o desespero do presidente em atacar a gente. Porque ele sabe que o que estamos fazendo é mostrar fatos. E o fato de ter levantado que tinha um gabinete paralelo falando sobre saúde foi a CPI que levantou isso. Está aí. Quer prova maior do que essa reunião? Não tem”, disse Omar Aziz ao GLOBO.
Para Aziz, o deputado Osmar Terra (MDB-RJ), que sentou ao lado do presidente Jair Bolsonaro na reunião, era “o ministro do gabinete paralelo”.
“Ali, eles estavam escolhendo quem deveria morrer e quem deveria viver. Eu não acho que existe gabinete paralelo, está provado. Você viu o ministro da Saúde ali na reunião? Eles estavam falando sobre andar de moto, sobre vôlei ou sobre saúde?”, questionou. Na época, o ministro era Eduardo Pazuello, mas ele não estava presente.
O senador Renan Calheiros (MDB-AL) disse que a cada dia fica “mais irreversível a elucidação do Ministério da Doença”:
“A cada dia se vai tornando mais irreversível a elucidação do Ministério da Doença. Aquele ali é o próprio Ministério da Doença que foi feito em contraposição ao Ministério da Saúde, mas que despachava com o presidente, fazia reuniões”, afirmou.
Segundo Renan, a convocação de Osmar Terra e do médico Paolo Zanotto, responsável pela ideia do ‘gabinete das sombras’, deve ocorrer na próxima terça-feira.
“A prova definitiva da existência do Gabinete Paralelo que a CPI já investigava. Estou convocando o Sr. Osmar Terra e o Sr. Paolo Zanotto para comparecer à CPI da Pandemia”, escreveu Randolfe Rodrigues (Rede-AP), que é vice-presidente da comissão, em suas redes sociais.
Fonte: Agência Cenarium