MANAUS – A tentativa de exoneração fraudada pelo vice-governador do Amazonas, Carlos Almeida (PSDB), foi repercutida nesta quinta-feira, 22, pela Folha de São Paulo. A manobra para tentar “passar a perna” e demitir o secretário de Segurança Pública, Louismar Bonates, foi feita sem o conhecimento do governador do Estado, Wilson Lima (PSC), que cumpria agenda fora do Amazonas.
A exoneração do secretário de Segurança Pública, não tem legitimidade, uma vez que o documento não chegou a ser publicado na imprensa oficial do Amazonas, órgão estadual responsável pela publicação de atos oficiais.
De acordo com a Folha, o pedido de exoneração chegou a ser enviado para o Diário Oficial do Estado do Amazonas (DOE-AM), mas foi descoberto antes da publicação, por membros da equipe do governador que impediu a publicação oficial do ato.
Além da exoneração de Bonates, a intenção do vice-governador – rompido com o chefe do Executivo Estadual desde junho de 2020 – era nomear o delegado Mario Jumbo Miranda Aufiero. A informação foi obtida com exclusividade pela coluna Painel, por meio de uma cópia do pedido de exoneração.
Na manhã desta quinta-feira, o Governo do Amazonas esclareceu por meio de nota, que o servidor envolvido na fraude será exonerado, além de ter senhas de acesso ao sistema de governo canceladas, ele também foi proibido de entrar na Casa Civil.
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O Governo do Amazonas esclarece que, na madrugada desta quinta-feira, o vice-governador, Carlos Almeida, e um funcionário comissionado da Casa Civil, de forma ilegal, criaram um documento exonerando um secretário de Estado, sem conhecimento do chefe da Casa Civil e do governador.
O documento não chegou a ser publicado, por isso não tem validade e efeito. Mas o ato gravíssimo tem o objetivo de causar instabilidade e danos ao Governo. Diante disso, o servidor será exonerado, teve as senhas de acesso a sistema de governo canceladas e foi proibido de entrar na Casa Civil. O caso foi encaminhado à policia, que tomará todas as providências para responsabilizar os envolvidos nesse ato criminoso.
Procurado pela reportagem, o vice-governador não havia se posicionado até o fechamento desta matéria. No entanto, para um veículo de comunicação local, Carlos Almeida se defendeu, negando irregularidade nos atos. “Wilson está viajando desde às 17:00 de ontem. Só volta no final do dia de hoje. Eu sou o Governador em exercício. Não há fraude se eu quem tenho o poder legal de agir”, disse.
Fonte: Agência Cenarium e Folha de SP