O presidente Jair Bolsonaro (sem partido) afirmou, nesta segunda-feira (2/8), que há votos suficientes na Câmara dos Deputados para aprovar o voto impresso. A comissão especial se reúne na próxima quinta-feira (5/8) para analisar o parecer do relator da matéria, deputado Filipe Barros (PSL-PR), favorável à impressão do voto.
De autoria da deputada Bia Kicis (PSL-DF), a proposta de emenda à Constituição (PEC) estabelece que, “na votação e apuração de eleições, plebiscitos e referendos, seja obrigatória a expedição de cédulas físicas, conferíveis pelo eleitor, a serem depositadas em urnas indevassáveis, para fins de auditoria”.
Justamente por não ter votos favoráveis na comissão especial, a votação da PEC foi adiada em meados de julho por aliados de Bolsonaro, que temiam a derrota ainda na comissão. Depois da análise pelo colegiado, a proposta ainda precisa passar por duas votações no plenário da Câmara antes de ir ao Senado.
“O que eu sei da Câmara é que teremos voto mais do que suficiente para ter voto impresso. Agora, se você mata na comissão, fica difícil prosperar”, afirmou Bolsonaro em entrevista à Rádio ABC. Nesta segunda, o mandatário da República voltou a atacar o presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), Luís Roberto Barroso, e disse que o ministro “se acha o máximo“.
“O povo brasileiro não vai aceitar eleição sob suspeição”, prosseguiu o chefe do Executivo federal, reafirmando que, sem as mudanças no sistema eleitoral que defende, haverá contestação do pleito.
Críticas
Autoridades e especialistas em eleição e tecnologia garantem a confiabilidade da urna eletrônica e rebatem as acusações de fraude eleitoral.
Na última quinta-feira (29/7), Bolsonaro transmitiu uma live em que defendeu enfaticamente a adoção do voto impresso e voltou a falar sobre denúncias de fraude que circulam pela internet e já foram desmentidas.
O evento no Palácio da Alvorada foi aberto à cobertura de jornalistas credenciados e serviu também para o chefe do Executivo federal fazer fortes ataques ao Ministro Barroso.
Nota contestando Bolsonaro
Ex-presidentes do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), além do atual presidente da Corte, ministro Luís Roberto Barroso, do vice-presidente, ministro Luiz Edson Fachin, e do futuro presidente, Alexandre de Moraes, divulgaram nota, nesta segunda-feira (2/8), em defesa das urnas eletrônicas.
Os magistrados destacam que a contagem pública manual de cerca de 150 milhões de votos significará a volta ao tempo das mesas apuradoras, cenário das fraudes generalizadas que marcaram a história do Brasil.
“As urnas eletrônicas são auditáveis em todas as etapas do processo, antes, durante e depois das eleições. Todos os passos, da elaboração do programa à divulgação dos resultados, podem ser acompanhados pelos partidos políticos, Procuradoria-Geral da República, Ordem dos Advogados do Brasil, Polícia Federal, universidades e outros que são especialmente convidados”, assinalam.
Fonte: Metrópoles