Manaus/AM – Neste sábado (2), entidades sindicais, movimentos estudantis e da sociedade civil de Manaus e inúmeras outras cidades do Brasil irão se unir para um novo protesto contra o governo federal. O evento ocorre a partir das 15h, com saída da Praça da Saudade, Centro, em direção à Praça do Congresso.
Desta vez, ganham força no protesto nacional os possíveis crimes cometidos pela gestão Bolsonaro durante a pandemia, como tem exposto a Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Covid-19, no Senado Federal. A maioria envolve superfaturamento na compra de vacinas e o chamado ‘charlatanismo’ ligado à promoção de medicamentos ineficazes para a doença.
Este será o primeiro grande protesto a ocorrer no país após os atos antidemocráticos registrados em 7 de setembro, encabeçados pelo presidente da República. Na manifestação do dia 2, organizada pela oposição, há destaque também para a luta por um Auxílio Emergencial digno, contra a inflação e pela derrubada da Reforma Administrativa, que tramita na Câmara dos Deputados em fase de votação em plenário.
Desaprovação a Bolsonaro
Além da PEC 32, o que também leva os brasileiros às ruas é o enorme descontentamento com a política do governo federal. Na última pesquisa DataFolha, a desaprovação a Bolsonaro chegou a 53%, o pior nível desde o início do mandato. A crise econômica e possíveis casos de corrupção na compra de vacinas são os principais motivos para esta impopularidade, segundo especialistas.
“O ato segue uma mobilização nacional que já ocorre há meses no Amazonas e pede por #ForaBolsonaro. Esperamos continuar com um número ainda maior de pessoas, em especial por conta do genocídio cada dia mais explícito do governo em relação à população, em especial os povos indígenas, quilombolas e demais grupos minorizados na pandemia e como projeto de governo”, explica Alessandrine Silva, do Coletivo Humaniza, uma das entidades participantes do ato em Manaus. Ela destaca as recentes descobertas da CPI da covid-19, que revelou possíveis esquemas de corrupção para tentar lucrar (e desviar dinheiro com superfaturamento) na compra de vacinas, como no caso Davati.
Revolta amazonense
Há também o clamor pela movimentação dos amazonenses, a considerar que o estado foi um dos mais prejudicados durante a pandemia, chegando a ter uma crise de desabastecimento de oxigênio que matou, oficialmente, mais de 30 pessoas em janeiro deste ano, segundo a Defensoria Pública.
Protesto cultural
O encerramento do protesto, na Praça do Congresso, será com o Festival Paulo Freire, em homenagem ao centenário do patrono da educação brasileira. Segundo os organizadores, o evento contará com declamações de poesia, bandas e apresentações teatrais diversas.
Fonte: Portal do Holanda