Bolsonaro ironiza possível indiciamento pela CPI da Covid e chama Renan Calheiros de ‘bandido’

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O presidente Jair Bolsonaro durante reunião recente em Brasília. Foto: Divulgação/ EBC.
O presidente Jair Bolsonaro durante reunião recente em Brasília. Foto: Divulgação/ EBC.

BRASÍLIA – Após o relator da CPI da Covid, senador Renan Calheiros (MDB-AL), afirmar que deve pedir o indiciamento do presidente Jair Bolsonaro por 11 crimes, Bolsonaro ironizou a intenção de Renan e chamou o relator de “bandido”. O relatório de Renan deve ser apresentado na próxima semana à CPI e precisa ser aprovado pela maioria dos senadores.

“Sabia que eu fui indiciado hoje por homicídio? Alguém está sabendo aí? A CPI me indiciou por homicídio. O Renan Calheiros me indiciou por homicídio, 11 crimes”, disse Bolsonaro, rindo, em conversa com apoiadores, no Palácio da Alvorada.

Depois, enquanto falava de medidas tomadas pelo governo durante a pandemia, o presidente atacou Renan Calheiros: “O que nós gastamos com auxílio emergencial foi o equivalente a 13 anos de Bolsa Família. Tem cara que critica ainda. O Renan me chama de homicida. Um bandido daquele. Bandido é elogio para ele”, disse, acrescentando depois: “O Renan está achando que eu não vou dormir porque está me chamando de homicida, está de sacanagem”, relatou.

O presidente afirmou que “para o mundo todo” será retratado como um “homicida”, e reclamou de governadores não receberem a mesma acusação: “O que passa na cabeça do Renan Calheiros naquela CPI? Eu vi que… O que passa na cabeça dele com esse indiciamento? Esse indiciamento, para o mundo todo, vai que eu sou homicida. Eu não vi nenhum chefe de Estado (governador) ser acusado de homicida no Brasil por causa da pandemia. E olha que eu dei dinheiro para todos eles”, contou.

Em entrevista à rádio CBN, Renan afirmou que pretende indicar ao menos 11 tipos penais ao propor o indiciamento de Bolsonaro: epidemia com resultado morte; infração de medidas sanitárias; emprego irregular de verba pública; incitação ao crime; falsificação de documento particular; charlatanismo; prevaricação; genocídio de indígenas; crimes contra a humanidade; crimes de responsabilidade e homicídio por omissão.

“(Homicídio por omissão) Significa, em outras palavras, que o presidente da República descumpriu seu dever legal de evitar a morte de milhares de brasileiros durante a pandemia”, afirmou o relator. Como o GLOBO mostrou, a incitação ao crime deve ser configurada por Renan em um trecho que fala de uma rede de disseminação de notícias falsas durante a pandemia. Bolsonaro deverá ser enquadrado como integrante do “núcleo de comando” dessa rede.

Com informações da Agência Cenarium

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