Dormir mal aumenta risco de criar placas perigosas em todo corpo

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Mais da metade dos brasileiros está dormindo mal durante a pandemia, segundo pesquisa do Instituto do Sono.
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Mais da metade dos brasileiros está dormindo mal durante a pandemia, segundo pesquisa do Instituto do Sono.

REDAÇÃO – Aqui está outra razão pela qual ter uma boa noite de sono deve estar na sua lista de tarefas obrigatórias: dormir menos de seis horas por noite ou acordar com frequência aumenta o risco de desenvolver placas prejudiciais nas artérias de todo o corpo, não apenas no coração.

Pesquisas anteriores mostraram que o sono ruim está fortemente associado à doença cardíaca coronária, mas “este é o primeiro estudo a mostrar que o sono medido objetivamente está independentemente associado à aterosclerose em todo o corpo”, disse José Ordovás, diretor de nutrição e genômica do Centro de Pesquisa em Nutrição Humana Jean Mayer, na Universidade de Tufts, em um comunicado.

Ordovás foi o autor sênior de um estudo sobre essas descobertas, publicado na revista do Colégio Americano de Cardiologia.

O aumento da placa, chamado aterosclerose, em suas extremidades aumenta o risco de derrames, problemas digestivos e má circulação que leva a dormência e dor nas extremidades, bem como doenças cardíacas.

Medidas objetivas

O estudo analisou quase quatro mil homens e mulheres espanhóis, com idade média de 46 anos, que não tinham histórico de doenças cardíacas.

Cada pessoa usava um actígrafo, um pequeno aparelho que media a duração e a qualidade do sono, durante sete noites. A qualidade do sono foi definida pela frequência com que acordavam e com que frequência se moviam durante as fases do sono.

Os sujeitos foram divididos em quatro grupos com base na duração do sono: menos de seis horas, seis a sete horas, sete a oito horas e mais de oito horas.

E cada pessoa passou por uma tomografia computadorizada cardíaca e um ultrassom 3D de seu coração no início e no final do estudo. Várias artérias do corpo também foram observadas por meio de ultrassom 3D.

Esse uso de meios objetivos para quantificar o sono foi um dos pontos fortes da pesquisa, escreveram Daniel Gottlieb e o Deepak Bhatt do Brigham and Women’s Hospital de Boston em um editorial publicado ao lado do estudo.

Outro ponto forte foi o tamanho do estudo e a exclusão de qualquer pessoa com doença cardíaca existente ou apneia obstrutiva do sono.

Pesquisas anteriores normalmente incluíam pacientes com doenças cardíacas e outras doenças crônicas existentes e usavam questionários de pacientes para capturar a duração e a qualidade do sono, que estão sujeitas a erros de recordação.

“O que as pessoas relatam e o que elas fazem são muitas vezes diferentes”, disse Valentin Fuster, editor-chefe da revista do Colégio Americano de Cardiologia, que liderou a nova pesquisa.

Depois de excluir os fatores de risco tradicionais para doenças cardíacas, os pesquisadores descobriram que os indivíduos que dormiam menos de seis horas eram 27% mais propensos a ter aterosclerose em todo o corpo do que aqueles que dormiam de sete a oito horas. Os participantes com sono fraturado eram 34% mais propensos a ter acúmulo de placa do que aqueles que dormiam bem.

“Esses resultados destacam a importância de hábitos saudáveis ​​de sono para a prevenção de doenças cardiovasculares”, escreveram os autores do estudo.

Impacto do sono ruim

O impacto do sono ruim em nossa saúde está bem documentado. A ciência associou sono ruim com pressão alta, sistema imunológico enfraquecido, ganho de peso, falta de libido, mudanças de humor, paranoia e maior risco de diabetes, derrame, doenças cardiovasculares e alguns tipos de câncer.

Um estudo de sono feito em laboratório descobriu que pessoas que dormiam menos de seis horas por noite durante duas semanas – e que achavam que estavam indo muito bem – respondiam mal a testes cognitivos e de reflexos, quando foram privadas de sono por duas semanas.

A falta crônica de sono também está intimamente ligada à ansiedade e à depressão, pois o corpo luta para lidar com o estresse da sonolência. Há até evidências crescentes de que dormir mal no início da vida pode levar ao desenvolvimento de placas e emaranhados que causam a doença de Alzheimer e outros tipos de demência.

O sono é fundamental para o rejuvenescimento do corpo. O sono profundo, do tipo que ocorre apenas após um ciclo completo, é necessário para que o corpo libere hormônios projetados para reparar células e construir tecidos no corpo e no cérebro.

Você pode dormir melhor

Cabe a você melhorar seu sono, e você pode fazer isso treinando seu cérebro. Comece configurando seu ambiente de sono e estabeleça uma rotina relaxante para dormir. É essa repetição que treinará seu cérebro a reconhecer que é hora de relaxar e dormir. Baixas temperaturas no quarto, iluminação fraca, tomar um banho quente ou chuveiro e ouvir música suave são todos bons métodos para tentar.

E não se esqueça do exercício. De acordo com a Fundação Nacional do Sono dos EUA, apenas 10 minutos por dia de caminhada, ciclismo ou outro exercício aeróbico podem “melhorar drasticamente a qualidade do sono noturno”.

Com informações da CNN Brasil

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