PMs suspeitos de chacina no AM teriam agido como grupo organizado, aponta investigação

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Doze policiais militares foram presos suspeitos de participação em chacina em Manaus. — Foto: Josney Benevenuto/Rede Amazônica

Manaus/AM – Os 12 policiais militares suspeitos de envolvimento na chacina que deixou quatro mortos no Amazonas teriam agido como grupo organizado, segundo as investigações da polícia. A Rede Amazônica teve acesso ao inquérito que investiga a morte de quatro pessoas em Manaus.

No último dia 20, os PMs foram filmados abordando as vítimas no bairro Lírio do Vale. No vídeo, o prefixo de uma das viaturas está incompleto. Horas depois, os corpos foram localizados em um ramal do quilômetro 32 da rodovia AM-010.

No trajeto do local da abordagem até a rodovia, câmeras de segurança registraram duas viaturas da Rocam escoltando carro das vítimas. Pouco depois, aparece outro veículo da Rocam. Todas foram identificadas.

Conforme o inquérito, pelas placas dos carros, a polícia identificou um sargento e três cabos na viatura de prefixo 25.9210; um sargento, um soldado e dois cabos na viatura 25.9212e um sargento, dois soldados e um cabo, na viatura 25.9213.

No pedido de prisão dos 12 PMs, o delegado Danniel Antony afirma que “há uma relação entre os investigados com os indícios encontrados pela investigação, pois os policiais agiram de maneira concatenada, em atividade típica de grupo organizado e que a liberdade dos suspeitos pode prejudicar as investigações”.

A juíza Dinah Câmara Fernandes decretou as prisões e considerou que elas são imprescindíveis para a conclusão das investigações, pois há risco de os suspeitos fugirem ou destruírem provas do crime.

A defesa dos Policiais Militares alegou à justiça que os presos não poderiam ficar presos no batalhão de guarda, que é a unidade prisional da PM.

Os suspeitos teriam sido ameaçados por detentos de lá e o pai de uma das vítimas também é policial militar e é lotado naquele presídio, o que representaria, ainda segundo a defesa, uma ameaça aos investigados.

A Justiça aceitou os argumentos e determinou que os 12 PMs fiquem presos no quartel da Rocam, grupo que os policiais faziam parte e estão presos desde a decisão.

Veja nota da SSP-AM na íntegra

A Secretaria de Segurança Pública (SSP) informa que o inquérito segue em andamento e, para que não haja prejuízo às investigações, as informações quanto aos depoimentos e demais apurações serão preservadas e divulgadas em momento oportuno.

A SSP-AM ressalta o trabalho integrado entre a Polícia Militar, PC-AM e a Corregedoria-Geral da SSP-AM para dar celeridade na elucidação do caso e reforça que o Sistema de Segurança Pública do Amazonas não compactua com desvios de conduta de quaisquer servidores.

Relembre o caso

Os corpos das vítimas – dois homens e duas mulheres – foram encontrados dentro de um carro, na manhã de quarta-feira (21), na rodovia AM-010, no Amazonas.

Segundo a polícia, o carro com os corpos estava na região do ramal Asa Branca, na altura do quilômetro 32. A rodovia estadual liga a capital Manaus às cidades de Rio Preto da Eva e Itacoatiara.

Além de terem sido baleadas, as vítimas estavam com diversos sinais de agressão pelo corpo.

Na tarde de sábado (24), 12 policiais foram presos suspeitos de envolvimento no crime. Por volta de 14h, os presos chegaram à Delegacia Especializada em Homicídios e Sequestros (DEHS), acompanhados de vários policiais da Rocam, grupo de polícia do qual os presos faziam parte.

Com informações do g1 Amazonas

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