
Redação – “Ele estudou o quê? Pra ser bicho, para ser monstro ou ele estudou para ser médico? Que pra mim um homem desse não é médico não. Pra mim uma pessoa dessa é um monstro”. É assim que uma das vítimas do médico anestesista colombiano Andres Eduado Oñate Carrillo, de 32 anos, preso por estupro de vulnerável, e que foi abusada pelo especialista, o classifica. O homem tinha mais de 25 mil vídeos de crianças nuas. Além disso, ele abusava de pacientes.
Onate Carrillo foi preso nesta segunda-feira (16), em casa, na Barra da Tijuca, na Zona Oeste do Rio de Janeiro. As investigações mostram que o médico colombiano produzia, compartilhava e armazenava vídeos de pornografia infantil.
Imagens de meninas de 9, 10 anos, sem roupa, com quem e ele conversava por um perfil falso, fingindo ser um adolescente. Nas imagens, ele pediu que as meninas gravassem vídeos íntimos. Mas, o anestesista foi preso por outro crime: estupro de vulnerável.
Andres chegou no Brasil em 2017, vindo da Colômbia, para se especializar em anestesiologia na UFRJ. Ele está em situação regular no país, mas começou a ser investigado pela Polícia Civil a partir de dezembro de 2022, depois de um alerta da Polícia Federal como suspeito de armazenar 20 mil vídeos de pornografia infantil.
Os investigadores então acessaram a nuvem dos dados do celular e dos computadores do médico e descobririam que, de acprdo com o inquérito, além de vídeos de pedofilia, ele também guardava gravações de mulhares sedadas, sendo abusadas sexualmente por ele, durante as cirurgias.
“Tem comprovação de ele ter violentado estuprado pelo menos 2 pacientes. Com a apreensão de celular e computador vai ser possível identificar outras vítimas”, conta o delegado Luiz Henrique Marques, titular da Delegacia da Criança e Adolescente Vítima (Dcav).
Segundo a polícia, um dos vídeos mostra o estupro enquanto uma mulher fazia uma laqueadura no Hospital Estadual Nossa Senhora de Nazareth, em Saquarema, na Região dos Lagos.
A polícia diz que uma segunda mulher foi estuprada durante a cirurgia para a retirada do útero, no Hospital Universitário da UFRJ, na Ilha do Fundão.
“Eu lembro que minha filha fica fazendo perguntas. Por que a minha mãe tá assim? Aí, o doutor falou assim: tem tipo de cirurgia que a gente tem que dar um pouco mais de anestesia porque é prolongada, foi a cirurgia da tua mãe”, lembra a vítima.
O Hospital Estadual Nossa Senhora de Nazareth e o Hospital Universitário da UFRJ disseram que colaboram com as investigações e que o médico não atua mais nas unidades.
Andres prestou depoimento e confessou o crime. Segundo o médico, ele tem compulsão por pornografia infanto-juvenil. Sobre o estupro das pacientes, Andres Eduado Oñate Carrillo afirmou que aguardava a melhor horar, quando estava sozinho com as vítimas “e aproveitava” para cometer os crimes.
Uma das vítimas do colombiano diz que está “muito revoltada” e o chama de monstro. “Ele não é médico”, finaliza a mulher.
Em nota, o Conselho Regional de Medicina (Cremerj) informou que abriu uma sindicância para apurar a conduta de Andres Oñate e agilizar os trâmites para solicitar imediatamente a interdição cautelar dele.
O Cremer informou que, na época dos casos citados na reportagem, ele não possuía o CRM, que é o número de identificação profissional, e atuava de forma irregular. O órgão prometeu apurar isso junto às unidades de saúde onde Andres prestou serviços.
Com informações do g1
