Manaus/AM – O investigador da Polícia Civil do Amazonas (PC-AM) e mestre de jiu-jítsu 7º Dan (que significa 7º grau), Raimundo Nonato Monteiro Machado, suspeito de agredir o advogado Ygor Colares na noite dessa sexta-feira, 18, já foi homenageado pela Câmara Municipal de Manaus (CMM), em 2021, com a Medalha de Ouro Alfredo Barbosa Filho.
A homenagem, proposta pelo vereador Allan Campelo (Podemos), é uma das maiores honrarias que podem ser concedidas pela Casa Legislativa. Ela é entregue ao cidadão que “prestou serviços relevantes à cidade de Manaus e sua gente por mais de 10 anos“.
Raimundo Nonato recebeu a medalha pelos serviços prestados à difusão do jiu-jítsu junto à sociedade manauara. Ele é mestre de jiu-jítsu 7º Dan, reconhecido pela Confederação Brasileira de Jiu-Jítsu (CBJJ) e pela Federação Internacional de Jiu-Jítsu Brasileiro (IBJJF). O policial civil também é um dos líderes reconhecidos da academia Nova União de Jiu-Jítsu, em Manaus.
O vereador de Manaus Rodrigo Guedes (Republicanos) afirmou neste sábado, 19, que vai pedir a revogação da homenagem concedida ao policial civil. “Deixo claro que na segunda-feira pedirei a revogação da homenagem da concessão da maior honraria do Parlamento Municipal, Medalha de Ouro Cidade de Manaus, que a CMM fez ao Investigador Nonato Machado, que, com sua esposa, agrediram uma babá é um advogado, ainda atirando neste!”, disse.
A REVISTA CENARIUM questionou a Câmara Municipal de Manaus sobre a possibilidade do investigador Nonato Machado perder a medalha e aguarda resposta.
Entenda o caso
A esposa do investigador da Polícia Civil Raimundo Nonato Machado, identificada como Jussana Machado, foi presa na noite dessa sexta-feira, 18, por suspeita de agressão contra uma babá identificada como Cláudia Gonzaga e atirar contra o advogado Ygor Colares no estacionamento de um condomínio localizado no bairro Ponta Negra, zona Oeste de Manaus. Câmeras de segurança do local registraram o momento de violência.
Raimundo Nonato, que estava armado no momento da briga, entrega a arma para a esposa segurar e começa uma briga contra o Igor. Jussana aponta a arma para o advogado e outras pessoas que estavam em volta, chegando a agredir novamente a babá com uma coronhada. Ela efetua o disparo contra o advogado, atingindo-o de raspão na perna.
Ygor e Claudia registraram Boletim de Ocorrência (BO). Jussana foi flagranteada por porte ilegal de arma de fogo de uso restrito, disparo de arma de fogo, lesão corporal e ameaça. Ela será encaminhada à audiência de custódia, marcada para às 14h deste sábado, 19, e ficará à disposição da Justiça.
O investigador foi responsabilizado como coatuor das agressões e responderá, também, em dois Termos Circunstanciados de Ocorrência (TCOs) por lesão corporal, praticada contra as vítimas. Ele foi liberado após assinar os termos.
Em nota, a Polícia Civil do Amazonas (PC-AM) informa que o caso foi registrado no 19.º Distrito Integrado de Polícia (DIP) e foi instaurado um Inquérito Policial (IP) para a apuração dos fatos. “A PC-AM afirma, ainda, que não compactua com qualquer desvio de conduta de seus servidores“, respondeu à reportagem.
A Ordem dos Advogados do Brasil Seccional do Amazonas (OAB-AM) afirmou que está acompanhando o caso. A entidade se comprometeu a prestar assistência para “garantir a manutenção da prisão preventiva devido à alta periculosidade do ato cometido”. Além disso, afirmou que vai solicitar que o policial civil seja proibido de portar arma de fogo e, posteriormente, exonerado.
Com informações da Agência Cenarium Amazônia