Redação – A blogueira Cileide Moussallem, dona do Blog CM7, ameaçou de morte a jornalista Paula Litaiff e as duas filhas dela, de 9 e 10 anos, após Litaiff denunciar contratos suspeitos do marido da blogueira, o empresário Janary Wanderlei Gomes Rodrigues, dono da empresa Provisa, seguradora da Hapvida, no valor de R$ 87 milhões no Estado do Amazonas.
O episódio envolvendo a denúncia dos negócios escusos da família de Cileide veio à tona na matéria jornalística publicada na Revista Cenarium, administrada por Paula Litaiff, no dia 9 de novembro. No dia seguinte, 10, a blogueira estava em São Paulo (SP) e procurou pessoas para pedir “recomendações” de “pistoleiros” que estivessem dispostos a assassinar Litaiff.
A reportagem do Imediato teve acesso a um áudio no qual Cileide Moussallem promete acabar com a vida da jornalista, mesmo sabendo das consequências do crime. “Sangue! Eu vou mantar ela nem que eu vá presa”, disparou a blogueira. O Imediato se resguarda do direito constitucional ao sigilo de fonte sobre o áudio para proteger os denunciantes.
Em meio à trama para tirar a vida da jornalista Paula Litaiff em São Paulo, a blogueira publicou, no dia 11, mensagens no “Grupo dos Jornalistas do Amazonas”, com cerca de 260 membros no WhatsApp, intimidando a jornalista e as filhas dela em função da denúncia feita sobre o contrato suspeito do marido de Cileide, o empresário Janary Rodrigues.
“Se acontecer alguma coisa com o meu marido ou meus filhos ela vai pagar caro (…) Ela tem filhas. Ela sabe onde está se metendo. Quem paga são os filhos. A vida tem volta. (…) Pode escrever. Vai ter o que merece. Ela tem filhas. Paula Litaiff, meus filhos te acharam até o inferno. Agora vou ter que te achar nem que seja no inferno (sic)”, ameaçou Cileide Moussallem por meio do número de telefone (92) 99269-xxxx.
Denúncias graves
As ameaças de morte de Cileide Moussallem contra Paula Litaiff e contra as filhas dela são decorrentes da denúncia feita pela jornalista sobre o contrato de R$ 87 milhões entre a empresa Provisa, representante da Hapvida, e a Secretaria de Estado de Educação do Amazonas (Seduc/AM) de R$ 87 milhões, que foi cancelado pela pasta após suspeitas de irregularidades por parte da empresa.
De acordo com a reportagem, a Hapvida negligenciava o atendimento médico ambulatorial e de urgência e emergência dos profissionais da Seduc/AM oferecendo um serviço ineficiente, colocando em risco a vida dos beneficiários que tinham um valor mensal descontado do salário e foram prejudicados.
O Contrato 007/2022, firmado entre Seduc e Hapvida, tinha como objeto fornecer atendimento médico aos servidores da secretaria, na capital e no interior do Amazonas, que somavam, aproximadamente, 20 mil beneficiários. Não há informações públicas sobre ressarcimento dos prejuízos financeiros gerados pela empresa aos beneficiários lotados na Secretaria de Educação.