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Redação – Os dados divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) na sexta-feira, 14, apontam que o Amazonas ocupa a terceira posição de maior taxa de informalidade no Brasil, ficando atrás dos Estados do Pará, Piauí e Maranhão. De acordo com os índices da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (PNAD Contínua), o índice de trabalhadores informais no Estado chegou a 53,8% em 2024 após atingir o pico em 2021, quando alcançou 58,7%.
O levantamento leva em consideração a taxa de informalidade das pessoas com 14 anos de idade ou mais, e coloca o Amazonas com índice mais de 14% acima da média nacional. O Estado também aparece acima da média regional, que é de 53,3%. Segundo o IBGE, os indicadores refletem a dependência de atividades econômicas menos regulamentadas, como o setor de comércio e serviços, além de dificuldades estruturais no mercado de trabalho formal.
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Comparando os índices das regiões do Brasil, o estudo aponta que as regiões Norte e Nordeste apresentam as maiores taxas de informalidade, historicamente acima de 50%, enquanto o Sul e o Sudeste mantêm índices abaixo de 35%. A diferença regional, destaca o IBGE, está associada ao nível de desenvolvimento econômico, à estrutura produtiva e ao grau de formalização do mercado de trabalho, com as regiões mais industrializadas apresentando menores taxas de informalidade.
Desocupação
Os índices do quarto trimestre do ano passado, divulgados pelo IBGE, também mostram que a taxa de desocupação no Estado apresentou alta. Os dados apontam que o Estado passou de 8,1% no período de julho a setembro de 2024 para 8,3% no trimestre de outubro a dezembro. Apesar do aumento de 0,2 ponto percentual, a taxa continua em um patamar historicamente baixo, o que de conforme o IBGE, reflete em um mercado de trabalho relativamente estável.
O IBGE revelou que, entre os amazonenses ocupados, houve uma queda no número de empregados nos setores privado, doméstico e público, enquanto o trabalho por conta própria cresceu 4%, alcançando 581 mil pessoas. O comércio e o transporte se destacaram como os setores com maior expansão. A administração pública e o comércio seguiram como os principais empregadores no Estado.
Rendimento mensal
A pesquisa PNAD Contínua também mostrou que o rendimento médio mensal real habitual das pessoas ocupadas no Amazonas foi de R$ 2.408 no quarto trimestre de 2024, o que representa um crescimento de 2,5% (R$ 58) em relação ao trimestre anterior e uma queda de 2,4% (R$ 59) quando comparado ao mesmo período de 2023.
Esse aumento trimestral, pontua a instituição, pode indicar uma recuperação gradual dos salários, impulsionada por reajustes salariais ou maior participação em setores de maior remuneração. O IBGE aponta, por outro lado, que a queda na comparação anual sugere perda do poder de compra dos trabalhadores, e destaca a inflação ou mudanças no mercado de trabalho como possíveis causas para os índices.
Reportagem Agência Cenarium