
Redação – A adolescente de 13 anos, alvo de busca e apreensão pela Polícia Civil do Amazonas (PC-AM), nessa quinta-feira, 20, na cidade de Iranduba, a 27 quilômetros da capital amazonense, após suspeita de planejar um ataque a uma escola estadual no município, tinha acesso a uma arma de fogo. Uma espingarda foi encontra debaixo de uma cama na casa da suspeita.
O titular da Delegacia Especializada em Repressão a Crimes Cibernéticos (DERCC), Henrique Brasil, apresentou o caso, nesta sexta-feira, 21, e disse que as investigações começaram após o Ministério da Justiça e Segurança Pública (MJSP), do governo federal, informar sobre um possível ataque a uma unidade de ensino. Ainda segundo o delegado, a adolescente alvo das buscas conversava sobre a trama com outras três pessoas de Estados diferentes.

“Houve um trabalho interno e externo investigativo que culminou em um pedido de busca e apreensão e foi deferido pelo plantão criminal da comarca de Manaus. Esses mandados foram cumpridos e nós pudemos encontrar uma adolescente de 13 anos de idade que seria a participação do Estado do Amazonas que estaria planejando e organizando esse tipo de ataque“, disse Brasil.
Durante coletiva de imprensa, o delegado informou que o trio planejava que os ataques pudessem acontecer em três localidades diferentes. Não foram informados quais os outros Estados seriam alvo dos ataques. “Esse ataque seria um ataque coordenado, ocorreria não só no Amazonas, mas em outros Estados. Havia a intenção, eles estavam conversando. Ainda não havia um planejamento efetivo, mas ela estava conversando com outras pessoas“, disse.

Para o delegado, a menina enfrenta problemas psicológicos e precisa de atenção de especialistas. Ele também aponta que ela é uma “vítima da sociedade”. “Ela, aparentemente, é uma jovem que precisa de cuidados, precisa de atenção da sociedade. Ela não só estava planejando cometer um ato infracional, mas também ela é uma vítima da sociedade, ela tinha seus problemas psicológicos, problemas sociais e isso levava a pensar nesse tipo de ataque“, explicou.
Os outros Estados também devem ser alvos de buscas e apreensões. As investigações continuam em andamento para identificar a possível participação de mais pessoas envolvidas no planejamento do ataque.
Ataques a escolas
O relatório “Ataque às escolas no Brasil: análise do fenômeno e recomendações para a ação governamental“, realizado pelo Grupo de Trabalho (GT) de Especialistas em Violências nas Escolas, do Ministério da Educação (ME), aponta que o Brasil teve, entre 2002 e outubro de 2023, um total de 36 ataques a escolas, que resultaram em 164 vítimas. Dentre essas, foram 49 casos fatais e 115 pessoas feridas.
O estudo aponta, ainda, que os agressores são frequentemente alunos e ex-alunos que atuam, quase sempre, como uma reação a ressentimentos, fracassos e violências experienciadas na vida e na comunidade escolar.
Reprodução Agência Cenarium