Manaus/AM – O Ministério Público do Amazonas (MP-AM) vai lançar, ainda neste mês, um programa de ações para combater os danos ambientais causados pelo fogo. A iniciativa visa fortalecer a atuação ambiental e estratégica na luta pela preservação do bioma amazônico.
De acordo com a procuradora-geral Leda Mara Albuquerque, o projeto, denominado “Ação Coordenada – Combate ao Desmatamento e Incêndios Florestais no Estado do Amazonas”, é uma resposta aos desafios ambientais enfrentados pelo Estado, especialmente durante o período de estiagem.
“O Amazonas enfrenta elevados índices de queimadas e incêndios florestais, com sérios impactos sobre a biodiversidade, a saúde pública, o clima e a qualidade de vida da população. Por isso, é essencial fortalecer a atuação ministerial de forma articulada, eficiente e territorializada”, afirmou a procuradora-geral.
A ação pretende ir além do enfrentamento emergencial aos incêndios. Entre seus objetivos estão a criação de estratégias sustentáveis e duradouras de prevenção, o fortalecimento das ações ministeriais com base em dados científicos e a articulação com diversos setores da sociedade – de órgãos públicos a comunidades tradicionais e povos indígenas.
As promotorias serão responsáveis por articular parcerias, propor medidas concretas, firmar acordos de cooperação e planejar ações específicas para as regiões mais atingidas.
Entre os territórios prioritários estão os municípios do chamado “Arco do Fogo”, que compreende as cidades de Apuí, Lábrea, Canutama, Boca do Acre, Novo Aripuanã, Manicoré e Humaitá, além da Região Metropolitana de Manaus, onde os riscos ambientais se agravam a cada ano.
Desmatamento em alta
Segundo dados do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), as áreas desmatadas da Amazônia aumentaram 91% no mês de maio. O resultado é o segundo pior da série histórica para o mês, com 960 km² de área desmatada, contra 502 km² em maio de 2024. No Amazonas, houve um aumento de 22% em relação ao ano passado (de 117 km² para 143 km²).
O Estado registrou 21,6 mil queimadas apenas em 2024 e, com isso, o ano já é considerado o pior em número de focos de calor desde 1998, quando o Inpe iniciou a série histórica. O Amazonas entrou em estado de emergência ambiental por conta das queimadas. O problema também gerou uma onda de fumaça que atinge todos os 62 municípios amazonenses, incluindo a capital, Manaus.
Com informações Agência Cenarium
