
Manaus/AM – O comerciante Rodrigo Silva dos Reis, de 27 anos, conhecido como “Loirinho Cell”, foi executado a tiros na tarde desta sexta-feira (20), dentro da assistência técnica em que trabalhava, localizada na Galeria Manoa, no bairro Cidade Nova, zona Norte de Manaus. O crime ocorreu por volta das 12h30 e causou pânico entre lojistas e clientes que estavam no local.
Segundo testemunhas, dois homens armados chegaram à galeria em uma motocicleta. Um deles desceu, entrou no estabelecimento da vítima e, sem anunciar assalto ou qualquer palavra, disparou diversas vezes contra Rodrigo. O jovem foi atingido principalmente na cabeça e morreu na hora. O suspeito fugiu na sequência, com o apoio do comparsa que o aguardava do lado de fora.
Além de Rodrigo, outras duas pessoas foram baleadas durante o ataque: seu irmão, Igor da Silva Reis, 26 anos, foi atingido na perna; e um funcionário da loja, que não teve o nome divulgado, foi alvejado no abdômen ou no pé — informações ainda divergentes. Ambos foram socorridos e levados ao Serviço de Pronto Atendimento (SPA) do Galiléia. O estado de saúde do funcionário é considerado grave e ele foi transferido para o Hospital e Pronto-Socorro Dr. Platão Araújo.
A Polícia Militar foi acionada e isolou a área até a chegada da equipe do Departamento de Polícia Técnico-Científica (DPTC) e do Instituto Médico Legal (IML), responsável pela remoção do corpo. O caso está sendo investigado pela Delegacia Especializada em Homicídios e Sequestros (DEHS), que já está analisando imagens do circuito de segurança da galeria. Até o momento, nenhum suspeito foi preso.
Rodrigo era proprietário da loja de manutenção de celulares “Chefinho Cell” e era bastante conhecido nas redes sociais por divulgar seu trabalho e a rotina da empresa. Com mais de cinco mil seguidores no Instagram, ele costumava postar vídeos sobre promoções, bastidores do atendimento e conquistas pessoais.
De acordo com familiares, o jovem trabalhava no ramo de assistência técnica desde os 19 anos. O pai da vítima, Cláudio Reis, disse que a loja era resultado de anos de esforço e que Rodrigo sustentava a família com o negócio. “Nós nunca mexemos com nada errado. Tudo o que conquistamos foi com muito trabalho. Essa violência foi por inveja”, declarou, emocionado.
Rodrigo deixa um filho pequeno e sua companheira, que está grávida do segundo filho.
A administração da Galeria Manoa informou, por meio de nota, que está colaborando com a polícia e lamentou profundamente o ocorrido. “Estamos consternados com a brutalidade do crime. Toda a estrutura de segurança e monitoramento foi colocada à disposição das autoridades para auxiliar na investigação”, afirmou o comunicado.
O crime reacende o debate sobre a violência armada em áreas comerciais de Manaus e a vulnerabilidade de comerciantes, mesmo em locais com vigilância e câmeras de segurança. A DEHS trabalha com a hipótese de execução premeditada, mas ainda não descarta outras linhas de investigação, como disputas comerciais ou represálias.
Da redação, André Leocádio