Amazônia Que Eu Quero: Painel discute soluções para destinação de resíduos na Amazônia durante a COP30

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Foto: Patrick Marques/g1 AM

Redação – A Fundação Rede Amazônica realizou nesta quarta-feira (12), em Belém, no Pará, mais uma edição do Painel Amazônia Que Eu Quero, com o tema “Gestão de Resíduos Sólidos”. O encontro aconteceu em um cenário especial: a bordo da embarcação Banzeiro da Esperança, projeto da Fundação Amazônia Sustentável (FAS), que está ancorada na Estação das Docas, em Belém, e integra a programação paralela da COP 30.

O painel reuniu especialistas, gestores públicos e representantes do setor privado para discutir soluções sustentáveis e políticas públicas voltadas à destinação correta de resíduos na Amazônia, um dos grandes desafios ambientais da região.

Entre os participantes estiveram o ex-ministro do Meio Ambiente e conselheiro da FAS, José Carlos Carvalho, o diretor de negócios da Guamá Tratamento de Resíduos, Reginaldo Bezerra, e o fundador da Virada Sustentável, André Palhano.

Durante a discussão, André Palhano destacou que o país ainda enfrenta grandes defasagens na implementação da Política Nacional de Resíduos Sólidos, especialmente em relação à erradicação dos lixões e à ampliação da coleta seletiva.

“Esse é um desafio enorme. A solução, como debatido aqui, passa por uma responsabilidade compartilhada — do cidadão, das empresas e do poder público. Só de forma integrada conseguiremos enfrentar esse problema que afeta todas as grandes cidades brasileiras”, afirmou Palhano.

O ex-ministro José Carlos Carvalho também ressaltou que a gestão de resíduos sólidos está diretamente ligada às mudanças climáticas e à necessidade de repensar a relação da sociedade com a natureza.

“Embora não pareça, no mundo tudo está ligado a tudo. Há uma interdependência total entre os humanos e a natureza. Não existe ‘nós e a natureza’, nós somos natureza. Tudo o que fazemos que degrada o meio ambiente altera as condições de vida no planeta. O resíduo, quando mal destinado, libera metano — um gás 20 vezes mais potente que o CO₂ no efeito estufa. Precisamos de políticas que reduzam, reutilizem e reciclem os resíduos”, explicou.

Durante o painel, a embarcação recebeu a visita do governador do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite, que acompanhou parte das discussões e falou sobre as políticas de gestão de resíduos no estado gaúcho. Ele sugeriu propostas sobre ações que são realizadas.

“Já avançamos para uma nova etapa, com a transformação desses resíduos em energia, por meio de usinas instaladas próximas aos aterros, e também em combustível, a partir do biogás. Recentemente, inauguramos uma usina de transformação de biometano para ser usado como fonte de energia em transportes e indústrias”, destacou o governador.

Leite também elogiou a proposta do Banzeiro da Esperança e a importância da participação popular nas discussões climáticas.

“O Banzeiro da Esperança é uma iniciativa superinteressante, que promove discussões e envolve a comunidade. A causa do clima não é apenas dos governos, é de toda a humanidade. Precisamos desse engajamento coletivo, e iniciativas como essa ajudam muito nesse processo”, disse.

O painel integra a série de encontros promovidos pela Fundação Rede Amazônica para estimular o diálogo sobre o futuro da região e reforçar o papel da Amazônia nas discussões climáticas globais.

A Fundação Rede Amazônica no centro do diálogo

A Fundação Rede Amazônica tem se consolidado como uma ponte entre diferentes setores da sociedade, promovendo debates que vão além da superfície das discussões políticas.

O painel sobre Reforma Tributária reforçou esse papel de mediação — conectando poder público, empresários e especialistas em um mesmo espaço de reflexão.

Fonte: G1 Globo

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