A Secretaria de Estado de Saúde (Susam) está promovendo uma série de ações como parte da campanha “Janeiro Roxo”, promovida nacionalmente pelo Ministério da Saúde, para chamar a atenção da população para a Hanseníase. Em janeiro, é celebrado o Dia Mundial de Luta Contra a Hanseníase e, como parte da programação, a Fundação Alfredo da Matta (Fuam) realiza ações que vão desde o conhecimento científico sobre a doença a mutirões de atendimento à população.
O secretário estadual de Saúde, Francisco Deodato, explica que a iniciativa tem como objetivo alertar e sensibilizar a população sobre a doença, os primeiros sintomas e a importância do tratamento precoce, evitando o surgimento de deformidades e sequelas. As ações, disse ele, visam também sensibilizar os profissionais de saúde para a busca ativa de casos para interromper a cadeia de transmissão da doença.
A agenda de mobilização pelo “Janeiro Roxo”, que envolve várias instituições do Estado, tem início nesta sexta (12), com uma caminhada de sensibilização, promovida pelo Movimento de Reintegração das Pessoas Atingidas pela Hanseníase (Morhan), saindo da sede da entidade, na rua Getúlio Vargas, bairro Colônia Antônio Aleixo, a partir das 8h. A caminhada percorrerá ruas do bairro, sensibilizando os moradores e anunciando o mutirão dermatológico que será realizado na área, durante a campanha.
No dia 26, a Fuam realiza o Seminário de Atualização em Hanseníase, no auditório Damião Litaiff, localizado na sede da instituição, no horário de 8h às 12h. Segundo diretor-presidente da FUAM, Helder Cavalcante, o evento contará com apresentação de temas relevantes na área da Hanseníase, dados sobre a doença no Amazonas, além de pesquisas importantes, como a de autoria da médica da Fuam, Dra Rossilene Cruz, sobre a “Avaliação da Eficácia do Esquema Único de Multidrogaterapia para o Tratamento da Hanseníase”.
Fotos: Internet
Mutirão dermatológico
No dia 27, de 8h às 12h, será realizado um mutirão dermatológico na Escola Estadual Gilberto Mestrinho, na rua Danilo Areosa, s/n, bairro Colônia Antônio Aleixo. Com apoio da Secretaria Municipal de Saúde (Semsa), a ação deve atender 800 pessoas, dentre elas, 400 pacientes já pré-agendados que aguardam consulta pelo Sistema Nacional de Regulação do Sistema Único de Saúde (Sisreg).
Segundo Helder Cavalcante, os pacientes já passaram por consultas em Unidades Básicas de Saúde (UBS) e foram encaminhados para o serviço especializado em Dermatologia. O Complexo Regulador do Amazonas, gerenciado pela Susam, realizará o contato prévio com os pacientes. As outras 400 vagas serão disponibilizadas por ordem de chegada, com distribuição de senha, a partir de 7h.
Durante todo o mês de janeiro, a sede da Fundação Alfredo da Matta estará iluminada de roxo, chamando atenção para a campanha. No encerramento da agenda da campanha, no dia 31, os principais monumentos do Brasil também ganharão as cores da iniciativa. Em Manaus, com apoio da Secretaria de Estado de Cultura (SEC), o local escolhido foi o Teatro Amazonas. No Largo São Sebastião, equipes de saúde farão a sensibilização dos frequentadores do local sobre a Hanseníase, com distribuição de material informativo.
Hanseníase no Amazonas
Os casos de Hanseníase no Amazonas reduziram nos últimos anos, passando de 44,3 para cada grupo de 100 mil habitantes, em 2000, para 10,98 para cada 100 mil habitantes, em 2017, o que representa uma queda de 75,2% em 17 anos. Em Manaus, a redução foi ainda mais significativa, de 86,1% em 17 anos, apresentando hoje 5,91 casos para cada 100 mil habitantes.
Apesar da redução dos números, os médicos alertam para que a população faça consultas periódicas. Em 2017, foram detectados 446 casos novos de Hanseníase no Amazonas. Do total de casos novos, 126 (28,3%) eram residentes em Manaus e 320 (71,7%) moradores de outros 56 municípios. Em 2016, foram 443 casos.
Na faixa etária de maiores de 15 anos foram detectados 413 (92,6%) casos e em menores de 15 anos, 33 (7,4%). Do total, 60,5% (270) dos casos ocorreram entre pessoas do sexo masculino e 39,5% (176) do sexo feminino.
Os municípios que apresentaram o maior número de casos foram: Manaus (126), Pauini (22), Humaitá (18), Tapauá (18), Itacoatiara (17), Parintins (16), Lábrea (13), Carauari (12), Silves (11), Boca do Acre e Santa Izabel do Rio Negro (10 casos, cada). Em Manaus, as zonas da cidade apresentaram o seguinte perfil: Zona Leste, com 39 casos (30,9%), Norte, com 34 (27%), Sul, com 18 (14,3%), Oeste, com 17 (5,5%), Centro-Sul, com 6 (4,7%) e Rural, com 5 (4%).
Fonte: A Critica – Informações da assessoria de imprensa