A semana que marca 14 dias para o final do prazo da janela da infidelidade e cerca de quatro meses para o registro de candidatura termina com o holofote publicamente em dois pré-candidatos ao governo: o presidente da ALE-AM, David Almeida (PSB), e o governador Amazonino Mendes (PDT), enquanto o senador Omar Aziz (PSD), outro que deve entrar na disputa, movimenta-se nos bastidores.
Os dois prazos são fatais para quem quer disputar as eleições 2018. No primeiro, haverá uma boa sinalização do quadro de alianças para este ano após aliados do cacicado definirem as novas siglas.
O segundo prazo, inevitavelmente, após as possíveis traições e adesões de última hora, vão deixar claras as alianças partidárias para disputa deste ano.
Amazonino, que está na vitrine, sofre naturalmente as maiores ofensivas neste período. O agravamento são as nuances peculiares ao contexto político do governo tampão dele. Todo governo é atacado por todos os adversários e reage a isso com a força da máquina.
No caso de Amazonino, variáveis ditam neste momento os prejuízos: base aliada muito fragilizada na ALE-AM, servidores públicos de importantes categorias se revezando em protestos nas ruas e críticas pimentosas do prefeito de Manaus e ex-aliado, Arthur Virgílio Neto (PSDB).
No paredão
Na semana passada, o governo não teve opção e ajudou a aprovar a PEC que aumenta o orçamento do setor primário em 3%. O projeto foi retirado de pauta, há cerca de três semanas, a pedido do governo que não o considerava favorável ao planejamento do Executivo.
Hoje o governo considera que conta com 12 dos 24 deputados. Ou seja, não há mais a maioria simples. E destes há os que fazem uma espécie de pressão se ausentando do plenário e se abstendo em determinadas votações. Há deputados insatisfeitos com a liderança e outros com o governo.
Amazonino também enfrenta as granadas enviadas a cada entrevista pelo prefeito de Manaus, hábil no discurso, com palavras bélicas e depreciativas.
Há ainda a força de categorias importantes nas ruas, a falta de unidade no secretariado e de uma equipe que gerencie as crises e oriente nos deslocamentos, conforme ficou demonstrado na ida do governador a Parintins e Boa Vista do Ramos, onde foi hostilizado.
Por este ângulo, não existe estratégia de marketing que vença o contexto conturbado do governo.
Fogo cruzado
Com os policiais, o governo negociou, mas só depois de sofrer um desgaste e o constrangimento de que as entidades sindicais tem maior ascendência na corporação que o comando oficial.
Portanto, mesmo cedendo ao final os louros ficaram nas mãos dos líderes do movimento grevista que avaliam a possibilidade de lançar um candidato ao governo.
Na categoria de professores, há a memória recente do movimento que tentou garantir a recomposição salarial na LOA. Mas que o governo, com a ajuda da omissão do presidente da ALE-AM, David Almeida, vetaram.
Por fim, Arthur Virgílio, importante apoiador em 2017, começou ofensiva por meio dos meios de comunicação para dizer que Amazonino não é confiável e que nada fez por Manaus. Amazonino está no meio de fogo cruzado.
E o David?
David, por outro lado, tenta manter-se com pauta positiva e que dêem a imprensão cada vez mais clara de que ele é candidato ao governo e competitivo, apesar de ainda não ter resolvido plenamente sua aliança com Rebecca Garcia, que aparece nas pesquisas e que também quer disputar o cargo.
O ápice disso foi o ato de filiação com mais de dez representantes de partidos o prestigiando. No entanto, tanto ele quanto o PSB tem consciência que, a essa altura do campeonato, especialmente para os “novos nomes”, não há palanque fechado.
Fonte: BNC Amazonas
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