Arthur Neto defende não quebrar diálogo com Paulo Guedes sobre a ZFM

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Arthur repudiou as palavras de Guedes. Foto: Divulgação

 

O prefeito Arthur Virgílio Neto voltou a rebater as declarações que considerou “infelizes” do ministro da Economia, Paulo Guedes, e disse que o Polo Industrial não pode ser tratado como um estorvo.

Arthur argumentou que é favorável a não se quebrar o diálogo com o ministro e que é preciso levá-lo a entender o conjunto de razões, com base real e sólida, para defender o Polo Industrial de Manaus. “As críticas, quase acusatórias, bem ao invés, empíricas e insustentáveis, não se sustentariam num debate que, aliás, precisa acontecer logo, na frente do Brasil inteiro”, desafiou o prefeito.

Durante entrevista para a GloboNews, na última quarta-feira (17), Guedes disse que o País não pode ser impedido de reduzir e simplificar a tributação para os demais Estados, “algo inevitável”, em função somente da manutenção da ZFM, e ainda desconsiderou ser perpétuo, mesmo com a garantia constitucional.

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Arthur repudiou as palavras de Guedes. Foto: Divulgação

 

Para o prefeito de Manaus, que tem constantemente chamado a atenção para os riscos sociais e ambientais que o fim do modelo econômico que sustenta a Amazônia brasileira em pé pode acarretar, alertou que “o mundo não toleraria uma governança irresponsável e que induzisse ao desmatamento da cobertura florestal que cobre o Amazonas. O Brasil perderia densidade política, haveria uma crise diplomática intensa e um certo nervosismo militar internacional”, escreveu no artigo.

Arthur disse, ainda, que Guedes foi extremamente infeliz ao se referir ao Polo Industrial de Manaus. “O ministro não se mostrou preocupado com o destino de mais de quatro milhões de habitantes do Amazonas que, com o eventual fim da Zona Franca, não teriam nenhuma alternativa de curtíssimo prazo para sobreviver. E nem pareceu informado do caráter estratégico e do fantástico potencial econômico de uma região que é terra Brasil, mas é também de agudo interesse planetário” ressaltou.

O prefeito reforçou que a Zona Franca, que erigiu um forte parque industrial, gera 500 mil empregos diretos e indiretos e mantém a floresta em pé.

Sobre os incentivos fiscais, Arthur avaliou que o ministro Paulo Guedes e seu “seleto time de economistas” estão a seguir o Manual da Teoria Econômica, no sentido de que incentivos fiscais e/ou creditícios devem ser concedidos, com prazo para terminar, a indústrias incipientes.

“Segundo a Teoria, isso incentivaria a competição industrial no mercado e, por igual, a busca por avanços de produtividade por parte das beneficiárias dos incentivos. Ou seja, estão raciocinando dentro da caixa, sem se dar conta de que a ZFM foi e continuará a ser bem-sucedida no que é prescrito pela Teoria, a começar pelo fato de esse modelo contar com empresas em situação de produtividade marginal positiva e crescente”, argumentou.

Arthur disse que é necessário compreender que, se tratando de incentivos, é preciso compreender que a Zona Franca não é fruto de uma política de governo e, sim, de uma política de Estado. “Ou não estaria resguardada até 2073, pelo artigo 40 das Disposições Transitórias da Carta Constitucional de 1988”, citou, ressaltando que preservar e fazer crescer a ZFM é dever de todos os governos, até 2073. “De um jeito ou de outro. Afinal, mandamento constitucional é para ser obedecido e não discutido como se fosse mero Projeto de Lei Ordinária”, comparou.

*Redação

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